Liturgia de 24 de agosto de 2021

TERÇA FEIRA – SÃO BARTOLOMEU - APÓSTOLO

(vermelho, glória, pref. dos Apóstolos, ofício da festa)

 

Antífona da entrada

- Anunciai todos os dias a salvação de Deus, proclamai a sua glória às nações (Sl 95,2).

  

 

Oração do dia

- Ó Deus, fortalecei em nós aquela fé que levou são Bartolomeu a seguir de coração o vosso Filho e fazei que, pelas preces dos apóstolos, a vossa Igreja se torne sacramento da salvação para todos os povos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

  

- Leitura do Apocalipse de são João: 9bUm anjo falou comigo e disse: “Vem! Vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro”. 10Então me levou em espírito a uma montanha grande e alta. Mostrou-me a cidade Santa, Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, 11brilhando com a glória de Deus. Seu brilho era como o de uma pedra preciosíssima, como o brilho de jaspe cristalino. 12Estava cercada por uma muralha maciça e alta, com doze portas. Sobre as portas estavam doze anjos, e nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel. 13Havia três portas do lado do oriente, três portas do lado norte, três portas do lado sul e três portas do lado do ocidente. 14A muralha da cidade tinha doze alicerces, e sobre eles estavam escritos os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: 145,10-11.12-13ab.17-18 (R:12a)

 

- Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso!
R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso!


- Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos Santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!

R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso!


- Para espalhar vossos prodígios entre os homens, e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração!

R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso!


- É justo o Senhor em seus caminhos, é Santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente.

R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso!

Aclamação ao santo Evangelho

 

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Mestre, tu és o Filho de Deus, és rei de Israel! (Jo 1,49).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 1,45-51

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!   

 

- 45Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José”. 46Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu: “Vem ver!” 47Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

O céu aberto... (Jo 1,45-51)

Natanael (ou Bartolomeu) se espanta quando Jesus revela um detalhe íntimo de sua vida. Era um modo de conhecer que ia além das possibilidades humanas. Por isso, faz uma profissão de fé. É quando Jesus promete: “Verás o céu aberto e os Anjos de Deus subir e descer sobre o Filho do homem”.

Jesus de Nazaré declara sua divindade, sua origem “celeste”. Afinal, o “céu” é, na Bíblia, o lugar de Deus, sua sublime morada. Uma esfera vedada ao humano, já que o Éden – o “Paraíso” – estava fechado desde Gênesis 3, com seus portões guardados por um querubim armado por uma espada fulminante.

Quando os céus se abrem, Deus se manifesta. Foi o que aconteceu no “sonho” de Jacó (cf. Gn 28,12ss), quando o patriarca via uma escada que se apoiava na terra e tocava o alto do céu; anjos de Deus subiam e desciam pela escada. No alto, Deus se dirigia a Jacó-Israel com bênçãos e promessas.

No Novo Testamento, foi a vez de Pedro ver “os céus abertos”, com a visão da toalha e a voz do Senhor (cf. At 10,11ss). Também Estevão, o protomártir, fora apedrejado sob a acusação de blasfêmia, exatamente ao dizer que via “os céus abertos e Jesus à direita de Deus” (cf. At 7,56).

Percebe-se nesta maneira de ver e pensar, uma visão em que céus e terra são “esferas” independentes e separadas: o mundo de Deus e o mundo dos homens. Aqui e ali, em situações especiais, os céus se abriam e descia um anjo de Deus ou o próprio Senhor se manifestava em uma teofania, como na sarça ardente, com Moisés (Ex 3), ou na visão de Daniel (Dn 7, 13ss).

Até então, era impensável a hipótese de uma verdadeira “invasão” do divino na história dos homens. E foi exatamente isto que ocorreu com a Encarnação do Verbo de Deus. Ao nascer de Mulher, gerado pela ação do Espírito Santo em Maria, a Virgem Santa, o Filho de Deus estende uma ponte permanente entre o céu e a terra. Nele, diz a Carta aos Hebreus, temos um “caminho novo” para Deus (Hb 10, 20). Não só é um canal de mediação, mas é presença viva entre os homens, o autêntico Deus-conosco, que se dá como alimento em cada Eucaristia. Um cordeiro para o sacrifício.

Assim, não é exagero afirmar que no Santíssimo Sacramento, na celebração eucarística, ao som do coral angélico que canta “Santo, Santo, Santo”, novamente se abrem os céus e o Deus vivo se faz nosso conviva, para divinizar nossa frágil humanidade. Razão suficiente para o fiel se tornar um adorador...

 

Orai sem cessar: “Adorai o Senhor em sua santa aparição” (Sl 96,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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