Liturgia de 16 de julho de 2021

SEXTA FEIRA – N. SENHORA DO CARMO

(branco, glória, pref. de Maria – ofício da festa)

 

Antífona da entrada

- Salve, ó santa Mãe de Deus, vós destes à luz o rei, que governa o céu e a terra pelos séculos eternos.

 

Oração do dia 

- Venha, ó Deus, em auxílio a gloriosa intercessão de Nossa Senhora do Carmo para que possamos, sob sua proteção, subir ao monte que é Cristo, Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Zc 2,14-1 

- Leitura do profeta Zacarias: 14“Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. 15Muitas nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti. 16O Senhor entrará em posse de Judá, como sua porção na terra santa, e escolherá de novo Jerusalém. 17Emudeça todo mortal diante do Senhor, ele acaba de levantar-se de sua santa habitação”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl (Lc) 1, 46-55 (R: 49)

 

- O Poderoso fez por mim maravilhas, e santo é o seu nome.

R: O Poderoso fez por mim maravilhas, e santo é o seu nome.

 

- A minha alma engrandece ao Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador.

R: O Poderoso fez por mim maravilhas, e santo é o seu nome.

 

- Pois, ele viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez por mim maravilhas e santo é o seu nome!

R: O Poderoso fez por mim maravilhas, e santo é o seu nome.

 

- Seu amor, de geração em geração, chega a todos os que o respeitam. Demonstrou o poder de seu braço, dispersou os orgulhosos.

R: O Poderoso fez por mim maravilhas, e santo é o seu nome.

 

- Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. De bens saciou os famintos e despediu, sem nada, os ricos.

R: O Poderoso fez por mim maravilhas, e santo é o seu nome.

 

- Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido aos nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.

R: O Poderoso fez por mim maravilhas, e santo é o seu nome.



Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11,28).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 12,46-50

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Esse é meu irmão... (Mt 12,46-50)

Como entender a reação de Jesus que, à primeira vista, parece evitar o contato direto com o grupo de familiares que o procura? O primeiro ponto a considerar nos é dado pelo evangelista São Marcos: diante da atuação pública de Jesus, que atraía multidões, seus parentes duvidam de sua sanidade mental e pretendem levá-lo à força para casa. (Cf. Mc 3,21.)

Afinal, aos olhos de todos, Jesus era um simples carpinteiro de Nazaré que se comportava como um Rabi... A súbita mudança de rumo em sua vida podia, mesmo, assustar os mais próximos. E o bom senso nos leva a crer que Maria, sua mãe, acompanhava os parentes a contragosto.

À chegada dos familiares, Jesus aproveita para nos dar uma lição. A própria noção de “família” é alterada, quando aponta para a multidão sedenta de sua Palavra e diz: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão e minha irmã e minha mãe”.

Não há nada aqui que nos deva causar espanto. De fato, quem obedece ao Pai do céu, quem ouve sua Palavra, age na prática como filho. Irmana-se, pois, com Jesus, o Filho obediente, que jamais foi capaz de pôr seus próprios interesses e vontades acima da vontade do Pai.

Se alguém tenta valer-se desta passagem para desmerecer a figura da Mãe de Deus, lembre que Maria é o modelo de quem ouve e acolhe a Palavra em seu íntimo, a ponto de gerar o Verbo na própria carne. Assim sendo, ela se encaixa perfeitamente na nova definição de família que Jesus acaba de divulgar.

No contraste entre os laços de sangue e os laços de espírito, estes ficam com a primazia. Realidade experimentada por tantas pessoas, que acabaram por estabelecer relações de maior intimidade, mais confiança e calor humano entre companheiros de caminhada na fé do que entre os próprios membros da família carnal. Tanto que os monges chamavam seu superior de Pai (Abba, Pater), e as monjas viam na superiora a sua Mãe (Madre). O membro da mesma comunidade era irmão (frater) ou irmã (sóror).

Se, por um lado, o cristianismo veio valorizar a família, reconhecendo nela algo sagrado e querido por Deus, por outro lado acenou também com a necessidade de rupturas e desapego familiar quando se trata de seguir os chamados do Senhor. E o exemplo maior nos vem de Jesus, que precisou deixar sua mãe, já viúva, para seguir a exigente missão que o Pai celeste lhe confiara.

 

Orai sem cessar: “O Senhor faz as famílias numerosas como rebanhos.” (Sl 107,41)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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