Liturgia de 29 de junho de 2021

TERÇA FEIRA DA XIII SEMANA COMUM
(verde - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

- Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).

 

Oração do dia

- Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Gn 19, 15-29


- Leitura do livro do Gênesis - Naqueles dias, 15os anjos insistiram com Ló, dizendo: “Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas, e sai, para não morreres também por causa das iniquidades da cidade”. 16Como ele hesitasse, os homens tomaram-no pela mão, a ele, à mulher e às duas filhas – pois o Senhor tivera compaixão dele –, fizeram-nos sair e deixaram-nos fora da cidade. 17Uma vez fora, disseram: “Trata de salvar a tua vida. Não olhes para trás, nem te detenhas em parte alguma desta região. Mas foge para a montanha, se não quiserdes morrer”. 18Ló respondeu: “Não, meu Senhor, eu te peço! 19O teu servo encontrou teu favor e foi grande a tua bondade, salvando-me a vida. Mas receio não poder salvar-me na montanha, antes que a calamidade me atinja e eu morra. 20Eis aí perto uma cidade onde poderei refugiar-me; é pequena, mas aí salvarei a minha vida”. E ele lhe disse: 21“Pois bem, concedo-te também este favor: não destruirei a cidade de que falas. 22Refugia-te lá depressa, pois nada posso fazer enquanto não tiveres entrado na cidade”. Por isso foi dado àquela cidade o nome de Segor. 23O sol estava nascendo, quando Ló entrou em Segor. 24O Senhor fez então chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra. 25Destruiu as cidades e toda a região, todos os habitantes das cidades e até a vegetação do solo. 26Ora, a mulher de Ló olhou para trás e tornou-se uma estátua de sal. 27Abraão levantou-se bem cedo e foi até o lugar onde antes tinha estado com o Senhor. 28Olhando para Sodoma e Gomorra, e para toda a região, viu levantar-se da terra uma densa fumaça, como a fumaça de uma fornalha. 29Mas, ao destruir as cidades da região, Deus lembrou-se de Abraão e salvou Ló da catástrofe que arrasou as cidades onde Ló havia morado.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 26, 2-3.9-10.11-12 (R: 3a)

- Tenho sempre vosso amor ante meus olhos.

R: Tenho sempre vosso amor ante meus olhos.

 

- Provai-me, ó Senhor, e exa­minai-me, sondai meu coração e o meu íntimo! Pois tenho sempre vosso amor ante meus olhos; vossa verdade escolhi por meu caminho.

R: Tenho sempre vosso amor ante meus olhos.

 

- Não junteis a minha alma à dos malvados, nem minha vida à dos homens sanguinários; eles têm as suas mãos cheias de crime; sua direita está repleta de suborno.

R: Tenho sempre vosso amor ante meus olhos.

 

- Eu, porém, vou caminhando na inocência; libertai-me, ó Senhor, tende piedade! Está firme o meu pé na estrada certa; ao Senhor eu bendirei nas assembleias.

R: Tenho sempre vosso amor ante meus olhos.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra (Sl 129,5).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 8, 23-27


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 23Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. 24E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia. 25Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!” 26Jesus respondeu: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. 27Os homens ficaram admirados e diziam: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

E Jesus dormia... (Mt 8,23-27)

Esta experiência dos discípulos no furor de uma tempestade traz à luz a verdadeira natureza de nossa fé. Isto se esclarece se aproximamos esta passagem daquela outra (Mt 6,25ss) que trata dos “cuidados deste mundo.

Assim pensa Hébert Roux, que comenta:

“O sono de Jesus, sublinhado por Mateus – e objeto da reprovação dos discípulos no Evangelho de Marcos! -, oferece forte contraste com a fúria dos elementos desencadeados e o desespero dos discípulos. Mas ele não significa que Jesus ignore ou desconheça a tempestade e a realidade do perigo que os ameaça, assim como, na passagem sobre as aves do céu e os lírios do campo, ele não negligencia a realidade de vida cotidiana.

De certo modo, o Jesus adormecido encarna a segurança da fé. Ele evoca o sono do bem-amado do Eterno, de que nos fala o Salmo 127: o sono de quem sabe que está protegido. E quando Jesus, a seguir, enfrenta a tempestade, exatamente como diante dos doentes e dos demônios, ele age com a calma e a decisão daquele que quer e pode, e a quem basta querer para poder. É com a autoridade a ele dada por esse poder que Jesus pergunta aos discípulos: ‘Por que tendes medo?’”

Como se vê, o medo desmedido dos pobres discípulos tem suas raízes precisamente no fato de não reconhecerem em Jesus aquele que quer e pode. Eles ainda não sabem quem é o seu Mestre. Sua ‘pequena fé’ [no texto grego, oligopistoi, isto é, “minicrentes’!] situa-se no polo posto à fé do centurião (cf. Mt 8,8-10), o soldado pagão que sabe bastar uma palavra de Jesus para que as coisas sejam mudadas...

Chegaremos, um dia, a exercitar uma fé madura, capaz de serenar nossos medos e mover nossos pés paralisados? Chegaremos a imitar o salto no escuro de Teresa de Calcutá, que deixa a segurança do convento para mergulhar no lodo das favelas. Ou de Damião de Veuster, que se oferece como voluntário para pastorear um rebanho de leprosos?

A sociedade que nos envolve considera a insegurança como um de seus maiores problemas. Grades de ferro, cercas de arame farpado e aparatos eletrônicos denunciam seu medo permanente. Enquanto isso, os missionários convivem com os presidiários, os drogados e os traficantes.

 

De onde brota o nosso medo?

Orai sem cessar: “Na hora do medo, Senhor, em ti me refugio!” (Sl 56,4)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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