Liturgia de 23 de junho de 2021

QUARTA FEIRA – XII SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

- O Senhor é a força do seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos.  (Sl 27.8)

Oração do dia

 

- Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Gn 15,1-12.17-18

 

- Leitura do livro do Gênesis: Naqueles dias, 1o Senhor falou a Abrão, dizendo: “Não temas, Abrão! Eu sou o teu protetor e tua recompensa será muito grande”. 2Abrão respondeu: “Senhor Deus, que me darás? Eu me vou desta vida sem filhos e o herdeiro de minha casa será Eliezer de Damasco”. 3E acrescentou: “Como não me deste descendência, um servo nascido em minha casa será meu herdeiro”. 4Então o Senhor falou-lhe nestes termos: “O teu herdeiro não será esse, mas um dos teus descendentes é que será o herdeiro”. 5E, conduzindo-o para fora, disse-lhe: “Olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz!” E acrescentou: “Assim será a tua descendência”. 6Abrão teve fé no Senhor, que considerou isso como justiça. 7E lhe disse: “Eu sou o Senhor que te fez sair de Ur dos Caldeus, para te dar em possessão esta terra”. 8Abrão lhe perguntou: “Senhor Deus, como poderei saber que vou possuí-la?” 9E o Senhor lhe disse: “Traze-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, além de uma rola e de uma pombinha”. 10Abrão trouxe tudo e dividiu os animais pelo meio, mas não as aves, colocando as respectivas partes uma diante da outra. 11Aves de rapina se precipitaram sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotou. 12Quando o sol já se ia pondo, caiu um sono profundo sobre Abrão e ele foi tomado de grande e misterioso terror. 17Quando o sol se pôs e escureceu, apareceu um braseiro fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre os animais divididos. 18Naquele dia o Senhor fez aliança com Abrão, dizen­do: “Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 105,1-2.3-4.6-7.8-9 (R: 8a)

 

- O Senhor se lembra sempre da Aliança.
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.


- Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! Cantai, entoai salmos para ele, publicai todas as suas maravilhas!

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.


- Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus! Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face!

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.


- Descendentes de Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.


- Ele sempre se recorda da Aliança, promulgada a incontáveis gerações; da Aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a Isaac.

R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Ficai em mim e eu em vós ficarei, diz Jesus; quem em mim permanecer há de dar muito fruto (Jo 15,4).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 7,15-20

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 15“Cuidado com os falsos profetas: Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. 16Vós os conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? 17Assim, toda árvore boa produz frutos bons, e toda árvore má, produz frutos maus. 18Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má pode produzir frutos bons. 19Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada no fogo. 20Portanto, pelos seus frutos vós os conhe­ce­reis”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Uvas de espinheiros? (Mt 7,15-20)

A Sagrada Escritura tem belas páginas sobre as promessas de Deus, como a imagem dos ossos secos no deserto, que são reavivados pelo Sopro divino. Há belas passagens sobre os prodígios do Senhor, como o mar aberto para a libertação do povo. Mas também há páginas sombrias, onde a decepção de Deus corre como um rio...

É o caso de Isaías 5, no “Cântico da Vinha”, onde o “amigo” do profeta – o próprio Senhor – se lamenta por um investimento desperdiçado: “Possuía meu amigo uma vinha, numa encosta de terra fértil. Ali plantou uvas selecionadas. Esperava que produzisse uvas boas, mas só produziu uva brava. ‘Que mais eu deveria ter feito por meu vinhedo?’”

Nesta passagem estamos diante de uma “degeneração”. O bom se torna mau. A planta se des-naturou. Perdeu sua carga genética promissora de bom vinho. Trata-se de uma possibilidade para todo ser humano desde Gênesis 3. A própria encarnação do Verbo teve como objetivo a re-generação do gênero humano de-generado. Ninguém se espante, pois, se algo que parecia bom por natureza – um ministério eclesial, a pregação da Palavra, uma vida consagrada – acabe por se desvirtuar, mudando-se em fonte de poder, de dominação, de rebeldia, de lucro, de acumulação de bens materiais.

No Evangelho de hoje, Jesus nos dá um critério definitivo para identificar aqueles que parecem profetas: são os frutos que eles produzem. Árvore boa produz frutos bons. Árvore má produz frutos maus. A leitura das vidas dos santos – que já chegaram a ser objeto de zombaria mesmo em ambiente eclesial – mostra de modo excelente como esses homens e mulheres se deixaram invadir pelo Espírito Santo – essa seiva excelente! – de modo a darem frutos de salvação.

Em torno dos santos as multidões se aglomeram como abelhas que percebem o néctar das flores. Admiram seu amor pela pobreza, seu desapego dos bens materiais, seu espírito de sacrifício, sua disponibilidade em atender às pessoas, sua amabilidade a toda prova. São Paulo fala dos bons frutos na Carta aos Gálatas:

“O fruto do Espírito, porém, é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, lealdade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. Os que pertencem a Jesus Cristo crucificaram a carne com suas paixões e seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, procedamos também de acordo com o Espírito. Não busquemos vanglória, provocando-nos ou invejando-nos uns aos outros.” (Gl 5,22-26)

Este Evangelho pode ser vir também para uma avaliação de nossa prática em meio familiar, paroquial, no seio dos Movimentos e das Comunidades Novas. Quais são os frutos que ali se percebem?

 

Orai sem cessar: “Graças a mim é que produzes fruto...” (Os 14,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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