Liturgia de 21 de junho de 2021

SEGUNDA FEIRA – SÃO Luís GONZAGA - RELIGIOSO

(branco, pref. comum ou dos santos - ofício da memória)

Antífona de entrada

 

- O homem de coração puro e mãos inocentes é digno de subir à montanha do Senhor e de permanecer em seu santuário. (Sl 23,4.3)

Oração do dia

 

- Ó Deus, fonte dos dons celestes, reunistes no jovem Luís Gonzaga a prática da penitência e a admirável pureza de vida. Concedei-nos, por seus méritos e preces, imitá-lo na penitência, se não o seguimos na inocência. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Gn 12,1-9


- Leitura do livro do Gênesis: Naqueles dias, 1o Senhor disse a Abrão: “Sai da tua terra, da tua família e da casa do teu pai, e vai para a terra que eu te vou mostrar. 2Farei de ti um grande povo e te abençoarei: engrandecerei o teu nome, de modo que ele se torne uma bênção. 3Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão abençoadas todas as famílias da terra!” 4E Abrão partiu, como o Senhor lhe havia dito, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos, quando partiu de Harã. 5Ele levou consigo sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló e todos os bens que possuíam, bem como todos os escravos que haviam adquirido em Harã. Partiram rumo à terra de Canaã e ali chegaram. 6Abrão atravessou o país até o santuário de Siquém, até o carvalho de Moré. Os cananeus estavam então naquela terra. 7O Senhor apareceu a Abrão e lhe disse: “Darei esta terra à tua descendência”. Abrão ergueu ali um altar ao Senhor que lhe tinha aparecido. 8De lá, deslocou-se em direção ao monte que estava a oriente de Betel, onde armou sua tenda, com Betel a ocidente e Hai a oriente. Ali construiu também um altar ao Senhor, e invocou o seu nome. 9Depois, de acampamento em acampamento, Abrão foi até o Negueb.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 33,12-13.18-19.20.22 (R: 12b)

- Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

 

- Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança! Dos altos céus o Senhor olha e observa; ele se inclina para olhar todos os homens.

R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

 

- Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.

R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

 

- No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!

R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 7, 1-5


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:  1'Não julgueis, e não sereis julgados2Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes. 3Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho? 4Ou, como podes dizer ao teu irmão: 'deixa-me tirar o cisco do teu olho', quando tu mesmo tens uma trave no teu? 5Hipócrita, tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. 

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

  

  

Liturgia comentada

E não sereis julgados... (Mt 7,1-5)

O operário se distrai um instante, e a prensa amassa sua mão. O motorista se distrai um segundo, e eis o acidente mortal. Mas a mais grave das distrações que podemos cometer é perder de vista que um julgamento nos espera. Aliás, isto está registrado entre os mistérios de fé que proclamamos ao rezar o Símbolo dos Apóstolos, quando afirmamos crer que “Jesus há de vir para julgar os vivos e os mortos”.

Na Carta aos Hebreus, o autor sagrado nos recorda: “Está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo”. (Hb 9,27) Juízo e julgamento são sinônimos: significa estar diante de um Juiz que tem poderes para nos libertar ou condenar após examinar nossas ações. Mesmo deixando de lado a antiga Sequência da Missa de Defuntos, que falava em um “dia de ira”, a certeza do juízo deve orientar nossos passos.

O absurdo cresce quando, esquecidos de que seremos réus ao fim de nossa vida, dedicamos nosso tempo a julgar os outros. Na linguagem do Mestre de Nazaré, “apontamos para a palhazinha no olho do próximo, mas nos esquecemos da trave em nosso próprio olho”. Jesus gostava de usar contrastes, acentuando-lhes os traços. Neste caso, ele contrasta um pequeno cisco e uma enorme peça de madeira. E quanto maior a nossa “trave”, tanto menos teremos noção de nossos próprios erros e pecados, ao mesmo tempo que amplificamos as falhas dos outros.

Aquele que julga o próximo e se reveste da toga de juiz, acredita ser instrumento da justiça. Ocorre que, ao julgar, ele usurpa um privilégio do próprio Cristo, pois cabe ao Senhor julgar os vivos e os mortos (cf. Mt 25,31-33). Nesta passagem, o “julgamento” é uma separação. Por isso mesmo, a espada que separa tem sido usada como símbolo da justiça. Ovelhas de um lado, cabritos do outro; uns irão para o Reino do Pai, outros para o fogo eterno.

Nesta passagem de Mt 7, Jesus nos alerta: “Não julgueis!” E explica: seremos julgados com a mesma medida com que julgamos os demais: rigor com rigor, misericórdia com misericórdia. O grande erro de fundo consiste em ignorar que nós mesmos – desde que o Filho de Deus se encarnou, sofreu e morreu por nós – fomos objetos de uma misericórdia infinita: “quando éramos pecadores, Cristo morreu por nós” (Rm 5,8).

Se eu acuso a palha de meu irmão enquanto tenho uma trave no meu olho, sou hipócrita. Mas se acaso estou vendo claro, sem sombras e distorções, é porque a trave já me foi tirada pela Graça de Deus e, neste caso, devo usar da mesma misericórdia que recebi quando notar a palhazinha de meu irmão.

O contínuo desfile de criminosos no noticiário da TV não nos deve levar ao esquecimento de nossos próprios erros. Como dizia um santo: “Eu também seria capaz disso...”

 

Orai sem cessar: “Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe!” (Sl 67,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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