Liturgia de 07 de junho de 2021

SEGUNDA FEIRA – X SEMANA COMUM

(verde - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

-  O Senhor é minha luz e salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida, perante quem temerei? Meus opressores e inimigos, são eles que vacilam e sucumbem (Sl 26,1)

Oração do dia

 

- Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 2Cor 1,1-7

- Início da segunda carta de são Paulo aos Coríntios. 1Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus e o irmão Timóteo, à Igreja de Deus que está em Corinto e a todos os santos que se encontram em toda a Acaia: 2para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 3Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação. 4Ele nos consola em todas as nossas aflições, para que, com a consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que se acham em toda e qualquer aflição. 5Pois, à medida que os sofrimentos de Cristo crescem para nós, cresce também a nossa consolação por Cristo. 6Se estamos em aflições, é para a vossa consolação e salvação; se somos consolados, é para a vossa consolação. E essa consolação sustenta a vossa paciência em meio aos mesmos sofrimentos que nós também padecemos. 7E a nossa esperança a vosso respeito é firme, pois sabemos que, assim como participais dos nossos sofrimentos, participais também da nossa consolação.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 34,2-3.4-5.6-7.8-9 (R: 9a)

 

- Provai e vede quão suave é o Senhor!

R: Provai e vede quão suave é o Senhor!

 

- Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!

R: Provai e vede quão suave é o Senhor!

 

- Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou.

R: Provai e vede quão suave é o Senhor!

 

- Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia.

R: Provai e vede quão suave é o Senhor!

 

- O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva. Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

R: Provai e vede quão suave é o Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Alegrai-vos, vós todos, porque grande há de ser a recompensa nos céus que um dia tereis! (Mt 5,12)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 5,1-12

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo: 1Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los:  3"Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Felizes sereis... (Mt 5,1-12a)

O Evangelho nos oferece uma “receita de felicidade”. Os ingredientes podem chocar o leitor distraído: pobreza, lágrimas, não-violência, fome e sede, coração de pobre, pureza, ação pela paz, perseguição e, enfim, injúria e calúnia. O resultado de tudo isto recebe o nome de “bem-aventurança”!

Jesus não está fazendo um recorte na sociedade para excomungar certas classes sociais e beatificar outras. Ele sabe que há ricos entre os pobres e pobres entre os ricos. Sabe que há fracos no meio dos fortes e fortes no meio dos fracos. Pode ajudar a entender, se consideramos que o Paraíso foi inaugurado por um ladrão: de algum modo, ali na cruz, ao lado de Jesus, ele conseguiu enquadrar-se em uma destas “categorias” ...

Se a “receita” fica entalada em nossa garganta, é que estamos acostumados a critérios bem diversos para considerar quem merece e quem não merece entrar no Reino de Deus. Ora, é exatamente este Reino que aparece como o fiel da balança em cada uma estas bem-aventuranças. Ser um pobre diante de Deus é essencial para ser salvo: reconhecer a nulidade de nossos méritos, nossa indigência profunda diante daquele que está acima de todos os tesouros. Chorar, sim, mas não porque nos consideramos vítimas do destino. Chorar acima de tudo por nossos pecados, pela indiferença ao amor de Deus, pelas agressões (conscientes ou não) contra seu coração amoroso.

Ser manso, sem invocar as legiões celestes, sem desespero nem brados de vingança, porque nossa sorte está nas mãos de Deus. Ter sede de justiça não significa fazer passeatas e lançar tortas na cara dos governantes. A justiça de Deus é a santidade. Quem tem esta sede será feliz.

Ter coração de pobre é sentir a dor do outro, calçar suas botinas e chorar suas lágrimas. Estender para fora do templo o abraço da paz que foi ensaiado lá dentro. Um coração puro não simula, não frauda, não adultera. Não aceita fingir como se fosse... Não emporcalha a palavra. Não olha podre, não lança iscas, não babuja o amor. Sem um coração puro, não se enxerga a Deus.

Promover a paz é ceder a vez. Descer do pódio. Desarmar-se. Estender pontes sobre o fosso, contornar a muralha do ódio. E, se preciso for, morrer na cruz. Ser perseguido só faz feliz quando não se merece a perseguição. Senão, o assaltante seria feliz com a polícia no seu encalço. É o amor ao Reino que faz a perseguição bem-aventurada, não as nossas loucuras e imprudências.

É por causa de Cristo que nos cobrirão de injúrias. É por causa dele que nos deixarão à margem. Ficaremos felizes?

 

Orai sem cessar: “Vossa graça me é mais preciosa que a vida!” (Sl 63,4)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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