Liturgia de 19 de maio de 2021

QUARTA FEIRA DA VII SEMANA DA PÁSCOA
(branco, pref. da Ascensão - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria, aleluia!
(Sl 46,2)

Oração do dia

- Ó Deus misericordioso, concedei que a vossa Igreja, reunida no Espírito Santo, se consagre ao vosso serviço num só coração e numa só alma. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 20, 28-38

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, Paulo disse aos anciãos da Igreja de Éfeso: 28“Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos colocou como guardas, para pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o sangue do seu próprio Filho. 29Eu sei, depois que eu for embora, aparecerão entre vós lobos ferozes, que não pouparão rebanho. 30Além disso, do vosso próprio meio aparecerão homens com doutrinas perversas que arrastarão discípulos atrás de si. 31Por isso, estai sempre atentos: lembrai-vos de que, durante três anos, dia e noite, com lágrimas, não parei de exortar a cada um em particular. 32Agora entrego-vos a Deus e à mensagem de sua graça, que tem poder para edificar e dar a herança a todos os que foram santificados. 33Não cobicei prata, ouro ou vestes de ninguém. 34Vós bem sabeis que estas minhas mãos providenciaram o que era necessário para mim e para os que estavam comigo. 35Em tudo vos mostrei que, trabalhando deste modo, se deve ajudar os fracos, recordando as palavras do Senhor Jesus, que disse: ‘Há mais alegria em dar do que em receber’”. 36Tendo dito isto, Paulo ajoelhou-se e rezou com todos eles. 37Todos, depois, prorromperam em grande pranto, e lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, 38aflitos, sobretudo por lhes haver ele dito que não tornariam a ver-lhe o rosto. E o acompanharam até o navio.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 68, 29.30.33-34.35-36 (R: 33a)

- Reinos da terra cantai ao Senhor.
R: Reinos da terra, cantai ao Senhor.

- Suscitai, ó Senhor Deus, suscitai vosso poder, confirmai este poder que por nós manifestastes, a partir de vosso templo, que está em Jerusalém, para vós venham os reis e vos ofertem seus presentes!
R: Reinos da terra, cantai ao Senhor.

- Reinos da terra, celebrai o nosso Deus, cantai-lhe salmos! Ele viaja no seu carro sobre os céus dos céus eternos. Eis que eleva e faz ouvir a sua voz, voz poderosa.
R: Reinos da terra, cantai ao Senhor.

- Dai glória a Deus e exaltai o seu poder por sobre as nuvens. Sobre Israel, eis sua glória e sua grande majestade! Em seu templo ele é admirável e a seu povo dá poder. Bendito seja o Senhor Deus, agora e sempre. Amém, amém!
R: Reinos da terra, cantai ao Senhor.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

- Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,7)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 17, 11b-19

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos para o céu e rezou, dizendo: 11b“Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um. 12Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu os guardei e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura. 13Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada. 14Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo. 15Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. 16Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. 17Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade. 18Como tu me enviaste ao mundo, assim também eu os enviei ao mundo. 19Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade”.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada
Eles não são do mundo... (Jo 17,11b-19)

Em sua oração ao Pai, Jesus fala a nosso respeito. Pede que o Pai nos guarde. E declara que pertencemos a Ele, não ao mundo. O Pai nos confiou a seu Filho, e nos tornamos sua herança, despojos tomados ao inimigo no mais áspero combate.

Claro. Depende de nós permanecer como pertença de Jesus. Somos livres para trair e trocar o Amor por amores... A liberdade que Deus nos concedeu estende à nossa frente uma encruzilhada sempre renovada. Tal como no Salmo 1, que serve de pórtico para o Saltério, sempre teremos “dois caminhos” à nossa frente. Caminhamos em uma estreita fímbria entre o bem e o mal, entre a vida e a morte.

O príncipe deste mundo, a sociedade pagã e nossa própria carne apresentam sugestões que, se aceitas, representarão uma ruptura de nossa relação filial com o Pai e uma radical subversão do senhorio de Deus em nossas vidas. Tais propostas ocultam uma ilusão de autonomia, de rebeldia e não-dependência, a exemplo dos anjos decaídos antes da criação do homem.

Quando Jesus diz ao Pai que nós não somos deste mundo, não sugere que sejamos ET’s, marcianos ou seres desencarnados de natureza angelical. Estamos no mundo e temos com ele uma profunda comunhão: respiramos seu ar, bebemos a água de suas fontes e vivemos no tempo. Estamos igualmente em comunhão com os grupos humanos, participando de suas obras e empresas. Não ser do mundo é outra coisa.

O “mundo” ao qual não pertencemos é aquele espaço social e temporal onde Deus não é o primeiro, sua vontade não é obedecida e onde predominam os valores opostos ao Evangelho. Ali “reinam” outros poderes, como o dinheiro, o poder político, a fome de prazeres, a ânsia de glórias.

No “mundo” de Deus, ao contrário, caminham o pobre Francisco de Assis e a casta Maria Goretti. Aqui, Teresa de Calcutá serve aos mendigos e Dom Orione educa os miseráveis. Aqui, uma multidão silenciosa abraça a cruz de cada dia e troca os atrativos mundanos pela ardente paixão por Jesus Cristo, uma paixão que ofusca todas as luzes e desmascara a sedução das glórias passageiras. Aqui, perder é ganhar...

E nós? A que mundo pertencemos?

 

Orai sem cessar: “Considero tudo isso como lixo, a fim de ganhar a Cristo!” (Fl 3, 8b)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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