liturgia de 29 de abril de 2021

QUINTA FEIRA - SANTA CATARINA DE SENA VIRGEM E DOUTORA
(branco, pref. pascal ou das virgens - ofício da memória)

 

Antífona da entrada

- Esta é uma virgem sábia, uma das jovens prudentes, que foi ao encontro de Cristo com sua lâmpada acesa.

 

Oração do dia

- Ò Deus, que inflamastes de amor santa Catarina de Sena na contemplação da paixão do Senhor e no serviço da Igreja, concedei-nos por sua intercessão, participar do mistério de Cristo e exultar em sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 13,13-25

 

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: 13Paulo e seus companheiros embarcaram em Pafos e chegaram a Perge da Panfília. João deixou-os e voltou para Jerusalém. 14Eles, porém, partindo de Perge, chegaram a Antioquia da Pisídia. E, entrando na sinagoga em dia de sábado, sentaram-se. 15Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: “Irmãos, se vós tendes alguma palavra para encorajar o povo, podeis falar”. 16Paulo levantou-se, fez um sinal com a mão e disse: “Israelitas e vós que temeis a Deus, escutai! 17O Deus deste povo de Israel escolheu os nossos antepas-sados e fez deles um grande povo quando moravam como estrangeiros no Egito; e de lá os tirou com braço poderoso. 18E, durante mais ou menos quarenta anos, cercou-o de cuidados no deserto. 19Destruiu sete nações na terra de Canaã e passou para eles a posse do seu território, 20por quatrocentos e cinquenta anos aproximadamente. Depois disso, concedeu-lhes juízes, até o profeta Samuel. 21Em seguida, eles pediram um rei e Deus concedeu-lhes Saul, filho de Cis, da tribo de Benjamim, que reinou durante quarenta anos. 22Em seguida, Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade’.  23Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um Salvador, que é Jesus. 24Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias’”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 89,2-3.21-22.25.27 (R: 2a)

- Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.


- Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme quanto os céus.

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.


- Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado. Estará sempre com ele minha mão onipotente, e meu braço poderoso há de ser a sua força.

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.


- Não será surpreendido pela força do inimigo, nem o filho da maldade poderá prejudicá-lo. Diante dele esmagarei seus inimigos e agressores, ferirei e abaterei todos aqueles que o odeiam.

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.


- Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, sua força e seu poder por meu nome crescerão. Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Jesus Cristo, a fiel testemunha, primogênito dos mortos, nos amou e do pecado nos lavou em seu sangue derramado (Ap 1,5).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 13,16-20

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus lhes disse: 16“Em verdade, em verdade vos digo: o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou. 17Se sabeis isto, e o puserdes em prática, sereis felizes. 18Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está na Escritura: ‘Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar’. 19Desde agora vos digo isto, antes de acontecer, a fim de que, quando acontecer, creiais que eu sou. 20Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Eu vos lavei os pés... (Jo 13,16-20)

Se a história humana inclui um ato de rebeldia, um grito de autonomia, desde o seu início (cf. Gn 3), não admira que sejamos mais dispostos a dar ordens do que a obedecer, a mandar que servir. No centro, a questão do poder.

Ao longo dos séculos, o “poder” tem-se concentrado na posse da terra, na força das armas, no capital acumulado, no domínio da informação. Reis e imperadores davam ordens. Generais e exércitos dominavam. Banqueiros e capitalistas tomavam decisões. Sábios e doutores manipulavam as mentes. Os outros, obedeciam e faziam o trabalho pesado.

Jesus, Mestre e Senhor, veio implodir o sistema. Na Ceia Pascal, ele retira o manto (símbolo de poder), prende uma toalha na cintura (como um servo) e põe-se a lavar os pés de seus discípulos (como um escravo)... Imaginem o mal-estar de seus seguidores, os mesmos discípulos que, mais de uma vez, andaram discutindo qual deles seria o vice-rei e o primeiro ministro quando Jesus instaurasse o seu Reino em definitivo!

É natural que os filhos queiram a glória de seu pai. Que os empregados se orgulhem do sucesso de seu patrão. Que o povo admire a grandeza de seus reis. E ali, bem diante de seus, olhos está um Guia, Senhor e Mestre que faz um “papelão”, humilhando-se de forma jamais vista. Pior: findo o exercício de “pobreza”, o Mestre põe-se a ensinar: “Assim como eu vos fiz, fazei também vós, uns aos outros!” Eles devem ter-se entreolhado. Primeiro no rosto, depois nos pés... E lutaram contra os sentimentos que brotavam em seu coração rústico de galileus...

Não é fácil também para a Igreja. É permanente a tentação de gloriar-se com cargos e ministérios. Ou o risco de criação de castas superiores. E de se perder o sentido primitivo de palavras como “ministro” [em latim, minister: servidor] ou “diácono” [do grego diákonos: garçom]. A palavra “ministro” vem de “menos” [minus]: logo, quem ministra não deve sonhar com “mais” honra, poder e destaque. Ministro serve como um garçom... O atual exemplo do Papa Francisco nos anima a rever nossas atitudes em relação ao poder e ao serviço.

Um título do Papa é o de “servus servorum Dei” – o servidor dos servidores de Deus. Já nosso amado João Paulo II vestia bem este múnus: superando todas as limitações (quando muitos optariam por um justo e merecido repouso), ele insistiu em servir a Deus e à Igreja, gastando os últimos alentos de sua vida, atravessando o planeta em todas as direções e – como Jesus – dando-nos o modelo de vida.

 

Diante de tudo isso, devemos examinar nossa consciência e verificar: minha religião faz de mim um servidor? Ou um patrão?

 

Orai sem cessar: “Senhor Jesus, ensina-me a servir!”

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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