Liturgia de 22 de abril de 2021

QUINTA FEIRA – III SEMANA DA PÁSCOA
(branco, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

- Cantemos ao Senhor: ele se cobriu de glória. O Senhor é minha força e o meu cântico: foi para mim a salvação, aleluia!  (Ex 15,1).

Oração do dia

 

- Ó Deus eterno e onipotente, que nestes dias vos mostrais tão generoso, dai-nos sentir de mais perto de vosso amor paterno para que, libertados das trevas do erro, sigamos com firmeza a luz da verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 8,26-40

 

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 26um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: “Prepara-te e vai para o sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza. O caminho é deserto”. Filipe levantou-se e foi. 27Nisso apareceu um eunuco etíope, ministro de Candace, rainha da Etiópia, e administrador geral do seu tesouro, que tinha ido em peregrinação a Jerusalém. 28Ele estava voltando para casa e vinha sentado no seu carro, lendo o profeta Isaías. 29Então o Espírito disse a Filipe: “Aproxima-te desse carro e acompanha-o”. 30Filipe correu, ouviu o eunuco ler o profeta Isaías e perguntou: “Tu compreendes o que estás lendo?” 31O eunuco respondeu: “Como posso, se ninguém me explica?” Então convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele. 32A passagem da Escritura que o eunuco estava lendo era esta: “Ele foi levado como ovelha ao matadouro; e qual um cordeiro diante do seu tosquiador, ele emudeceu e não abriu a boca. 33Eles o humilharam e lhe negaram justiça; e seus descendentes, quem os poderá enumerar? Pois sua vida foi arran­cada da terra”. 34E o eunuco disse a Filipe: “Peço que me expliques de quem o profeta está dizendo isso. Ele fala de si mesmo ou se refere a algum outro?” 35Então Filipe começou a falar e, partindo dessa passagem da Escritura, anunciou Jesus ao eunuco. 36Eles prosseguiram o caminho e chegaram a um lugar onde havia água. 37Então o eunuco disse a Filipe: “Aqui temos água. O que impede que eu seja batizado?” 38O eunuco mandou parar o carro. Os dois desceram para a água e Filipe batizou o eunuco. 39Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe. O eunuco não o viu mais e prosseguiu sua viagem, cheio de alegria. 40Filipe foi parar em Azoto. E, passando adiante, evangelizava todas as cidades até chegar a Cesareia.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 66,8-9.16.17.20 (R: 1)

 

- Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.
R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.


- Nações, glorificai ao nosso Deus, anunciai em alta voz o seu louvor! É ele quem dá vida à nossa vida, e não permite que vacilem nossos pés.

R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.


- Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez! Quando a ele o meu grito se elevou, já havia gratidão em minha boca!

R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.


- Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, não rejeitou minha oração e meu clamor, nem afastou longe de mim o seu amor!

R: Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Eu sou o pão vivo descido do céu, quem deste pão come sempre há de viver (Jo 6,51).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 6,44-51

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. 46Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna. 48Eu sou o pão da vida. 49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Viverá eternamente! (Jo 6,44-51)

A chegada da velhice e a aproximação da morte costumam despertar para a eternidade até mesmo aqueles que viveram “distraídos” das realidades espirituais. Um poeta modernista brasileiro, sem preocupações místicas, chegou a escrever: “Como ficou chato ser moderno! / Eu queria ser eterno!”

Também o povo simples, em sua “sabença”, costuma afirmar que “caixão não tem bolso”; e com isto, expõe a inutilidade de acumular bens materiais que não poderemos levar deste mundo, mas por aqui mesmo hão de ficar. Oprimido pela sensação de que tudo passa rápido, como grãos da areia que escorre na ampulheta, o homem tenta eternizar-se através de suas obras, monumentos, realizações, saber acumulado. Tudo vaidade, diz a Escritura. (Cf. Ecl 1,2.)

No Evangelho de hoje, Jesus continua seu “discurso eucarístico”. Confirma ser o “pão que desceu do Céu”, o enviado do Pai, que atrai para Jesus aqueles que dele se aproximam. É uma forma de dizer que o próprio Pai previu que o Filho seria alimento de salvação, enviando-o para ser “carne pela vida do mundo”.

Novamente – notar a insistência de Jesus, mesmo diante da oposição escandalizada dos judeus! – ele dá uma garantia formal: “Se alguém comer este pão, viverá eternamente”. S. Tomás de Aquino comenta a passagem: “O Verbo dá a vida às almas, mas o Verbo feito carne vivifica os corpos. Neste Sacramento (a Eucaristia) não se contém só o Verbo com a sua divindade, mas também com a sua humanidade; portanto, não é só causa da glorificação das almas, mas também dos corpos”. (Com. sobre S. João.)

A força da Eucaristia como alimento vital transparece também na vida de fiéis que passaram longos períodos alimentados exclusivamente da comunhão eucarística. É o caso da mística francesa Marthe Robin (fundadora dos Foyers de Charité), ora em processo de beatificação, que viveu nada menos de 50 anos sem deglutição, impossibilitada de ingerir qualquer alimento sólido ou líquido, sustentada apenas pela comunhão semanal das quartas-feiras.

Marthe testemunha: “Tão logo ela (a hóstia) é depositada em meus lábios sedentos, o Céu inteiro desce imediatamente em mim, exalando logo uma felicidade que ultrapassa minha capacidade de fruí-la”.

Que espaço eu reservo para a comunhão eucarística em minha vida?

Orai sem cessar: “Minha alma está sedenta de vós!” (Sl 63,2b.)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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