Liturgia de 01 de abril de 2021

QUINTA FEIRA DA SEMANA SANTA - CEIA DO SENHOR
(branco, glória, prefácio da eucaristia - ofício próprio)

Antífona da entrada

- A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou (Gl 6,14).

Oração do dia

- Ó Pai, estamos reunidos para a santa ceia, na qual o vosso Filho único, ao entregar-se à morte, deu à sua Igreja um novo e eterno sacrifício, como banquete do seu amor. Concedei-nos, por este mistério tão excelso, chegar à plenitude da caridade e da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ex 12, 1-8.11-14


- Leitura do livro Êxodo - Naqueles dias: 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: 2“Este mês será para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano. 3Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo: ‘No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa. 4Se a família não for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro. 5O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito: 6e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde. 7Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerem. 8Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. 11Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor! 12E naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito, eu, o Senhor. 13O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora, quando eu ferir a terra do Egito. 14Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 116B, 12-13.15-16bc.17-18 (R=1Cor10,16)

-  O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

R: O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

 

- Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em meu favor?  Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.

R: O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

 

- É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos. Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, mas me quebrastes os grilhões da escravidão!

R: O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

 

- Por isso oferto um sacrifício de louvor, invocando o nome santo do Senhor. Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido.

R: O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

2ª Leitura: 1Cor 11, 23-26


- Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios - Irmãos: 23O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. 25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”.
26Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 13, 1-15

Glória a vós, ó Cristo, verbo de Deus.

Glória a vós, ó Cristo, verbo de Deus.

 

- Eu vos dou este novo mandamento, nova ordem agora vos dou, que, também, vos ameis uns aos outros, como eu vos amei, diz o Senhor (Jo 13,34).

Glória a vós, ó Cristo, verbo de Deus.

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

- Glória a vós, Senhor!

 - 1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. 2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. 3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. 6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”. 8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. 9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. 10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”. 11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”. 12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

I

Liturgia comentada

Lavar-me os pés?! (Jo 13, 1-15)

Carregada de emoção, a frase expressa todo o espanto de Simão Pedro. O que Jesus lhe propunha, ao final da Ceia, constituía uma inaceitável inversão de posições: o servidor é quem deve lavar os pés do seu Senhor. Não o contrário, como Jesus se dispõe a fazer.

Claro que Jesus, o Mestre do amor, tinha acima de tudo uma intenção pedagógica. Tratava-se de oferecer um modelo de comportamento a ser imitado a seguir: “Assim também vós deveis lavar os pés uns aos outros.” (V. 14) Daí em diante, o espírito de competição, a volúpia de mando e a busca de honrarias já não teria cabimento entre os seguidores de Jesus...

Naquele momento da Última Ceia, Pedro não pôde compreender o aparente absurdo. Somente mais tarde, ao morrer crucificado como seu Mestre, o velho pescador mostraria a todos que tinha chegado a compreender. Também a fé precisa de tempo...

No Ícone oriental do Lava-pés, Jesus tem a toalha e a bacia. Onze dos apóstolos são figurados sem as sandálias, isto é, estão prontos a aceitar o gesto imprevisto de Jesus. Somente Judas Iscariotes se mantém calçado: ele recusa que Jesus lhe lave os pés, pois previamente decidira não corresponder a esse amor humilde... E a humildade de Jesus é muito exigente...

Meditando este Evangelho, compus o soneto “Lava-pés”:

 

Senhor Jesus, tu vens lavar-me os pés

Manchados de poeira e de pecado?!

Não vais ficar também emporcalhado,

Tu que és mais puro do que o aloés?

 

Lavas meus dedos! Sabes bem: são dez...

Com eles caminhei no rumo errado

E, dos Dez Mandamentos afastado,

Acabei prisioneiro das galés...

 

Jesus, sem ter pecado, sem ter falha,

Tu prendes na cintura uma toalha,

Enchendo de água pura uma bacia...

 

E, depois de lavar-me do meu crime,

O teu Sangue de novo me redime

E vem lavar minh’alma todo dia...

 

Orai sem cessar: “Lava-me por completo da minha iniquidade!” (Sl 51,4)

Texto e poema de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.