Liturgia de 12 de março de 2021

SEXTA-FEIRA DA III SEMANA DA QUARESMA
(roxo - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- Senhor, não há entre os deuses nenhum que se vos compare, porque sois grande e fazei maravilhas: só vós, Senhor, sois Deus (Sl 85,8.10).

Oração do dia

- Infundi, ó Deus, vossa graça em nossos corações, para que, fugindo aos excessos humanos, possamos, com vosso auxílio, abraçar os vossos preceitos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Os 14, 2-10


- Leitura da profecia de Oséias - Assim fala o Senhor Deus: 2“Volta, Israel, para o Senhor, teu Deus, porque estavas caído em teu pecado. 3Vós todos, encontrai palavras e voltai para o Senhor; dizei-lhe: ‘Livra-nos de todo o mal e aceita este bem que oferecemos; o fruto de nossos lábios. 4A Assíria não nos salvará; não queremos montar nossos cavalos, não chamaremos mais ‘Deuses nossos’ a produtos de nossas mãos; em ti encontrará o órfão misericórdia”. 5Hei de curar sua perversidade e me será fácil amá-los, deles afastou-se a minha cólera. 6Serei como orvalho para Israel; ele florescerá como o lírio e lançará raízes como plantas do Líbano. 7Seus ramos hão de estender-se; será seu esplendor como o da oliveira, e seu perfume como o do Líbano. 8Voltarão a sentar-se à minha sombra e a cultivar o trigo, e florescerão como a videira, cuja fama se iguala à do vinho do Líbano. 9Que tem ainda Efraim a ver com ídolos? Sou eu que o atendo e que olho por ele. Sou como o cipreste sempre verde: de mim procede o teu fruto. 10Compreenda estas palavras o homem sábio, reflita sobre elas o bom entendedor! “São retos os caminhos do Senhor e, por eles, andarão os justos, enquanto os maus ali tropeçam e caem”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 81, 6c-8a.8bc-9.10-11ab.14.17 (R: 11.9a)

 

- Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

R: Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

 

- Eis que ouço uma voz que não conheço: “Aliviei as tuas costas de seu fardo, cestos pesados eu tirei de tuas mãos”. Na angústia a mim clamaste, e te salvei.

R: Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

 

- De uma nuvem trovejante te falei, e junto às águas de Meriba te provei. Ouve, meu povo, porque vou te advertir! Israel, ah! se quisesses me escutar.

R: Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

 

- Em teu meio não exista um deus estranho, nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei.

R: Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

 

- Quem me dera que meu povo me escutasse! Que Israel andasse sempre em meus caminhos. “Eu lhe daria de comer a flor do trigo, e com mel que sai da rocha o fartaria”.

R: Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 12,28-34.

Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!

Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!

 

- Convertei-vos, nos diz o Senhor, está próximo o reino de Deus! (MT 4,17)

 Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 28bum escriba aproximou-se de Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?”29Jesus respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”. 32O mestre da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”. 34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência, e disse: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

O primeiro de todos... (Mc 12,28b-34)

As páginas da Sagrada Escritura estão cheias de exortações, preceitos e mandamentos. Alguns deles são de ordem individual: “Todo homem prudente age com conhecimento de causa.” (Pr 13,16.) Outros, de ordem familiar: “Honra teu pai e tua mãe, para que tenhas vida longa sobre a terra.” (Dt 5,16.) E outros, ainda, de alcance social: “Não entregarás um escravo ao seu senhor, se ele se refugiou junto de ti.” (Dt 23,16.)

Mas essas diversas “leis” não possuem igualmente o mesmo valor. Nós precisamos levar em conta certa hierarquia entre esses preceitos e mandamentos. Exatamente disto vem tratar o Evangelho de hoje, quando Jesus aponta como alicerce do Decálogo o “direito” do Deus único a um amor absoluto, sem limitações nem cláusulas condicionantes: “Ama o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças.”

E se este “primeiro” mandamento não é levado em conta, isto é, se Deus não é reconhecido por nós como o único Absoluto, logo estaremos encontrando bons motivos e pretextos aceitáveis para não cumprir os demais, conforme nossos interesses e conveniências. Afinal, se não amo a Deus de modo absoluto, logo estarei amando o dinheiro, o poder, a fama, o prazer, a mesa farta ou a minha coleção de figurinhas premiadas. E estarei pronto a ferir alguém por causa de meus “amores” ...

Daí, a conclusão óbvia: qualquer tentativa de viver uma ética puramente humana, baseada apenas no bem comum ou em uma espécie de aérea e esgarçada fraternidade universal, mas deixando de lado qualquer referência ao Criador, estará antecipadamente fadada ao fracasso. A Bíblia ensina que nosso comportamento moral é inseparável de nossa relação com Deus.

Na Encíclica “O Esplendor da Verdade”, sobre a doutrina moral da Igreja, o Papa João Paulo II já escrevia: “Os primeiros cristãos, provindos quer do povo judaico quer dos gentios, distinguiam-se dos pagãos não somente pela sua fé e pela liturgia, mas também pelo testemunho da própria conduta moral, inspirada na Nova Lei”. (VS, 26)

Isto devia ser tão claro, que sequer gerasse polêmica: se não temos um Pai comum, não somos irmãos. Se não somos irmãos, por que motivo iríamos abrir mão da ganância, do lucro, dos golpes que nos enriquecem e prejudicam a outros? Se não somos irmãos, por que motivo nos sacrificaríamos em benefício de outros? A fraternidade na horizontal humana só tem sentido se vivemos a filiação na vertical divina. Não há irmãos sem um Pai comum...

Um belo projeto de vida: viver como irmãos!

 

Orai sem cessar: “Quanto eu amo a tua Lei, Senhor!” (Sl 119 [118],97)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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