Liturgia de 11 de fevereiro de 2021

 

QUINTA FEIRA – NOSSA SENHORA DE LOURDES 

(branco, pref. N. Senhora - memória facultativa)

 

Antífona da entrada

- Bendita sois, Virgem Maria, que em vós trouxestes o criador do mundo. Gerastes aquele que vos fez e permaneceis virgem para sempre.

 

Oração do dia

- Ó Deus de misericórdia, socorrei a nossa fraqueza para que, ao celebrarmos a memória da Virgem Imaculada, Mãe de Deus, possamos, por sua interseção, ressurgir de nossos pecados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gn 2,18-25

- Leitura do livro do Gênesis: 18O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele”. 19Então o Senhor Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu, e trouxe-os a Adão para ver como os chamaria; todo o ser vivo teria o nome que Adão lhe desse. 20E Adão deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens, mas Adão não encontrou uma auxiliar semelhante a ele. 21Então o Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão. Quando este adormeceu, tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. 22Depois, da costela tirada de Adão, o Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão. 23E Adão exclamou: “Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’ porque foi tirada do homem”. 24Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne. 25Ora, ambos estavam nus, Adão e sua mulher, e não se envergonhavam.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl 128,1-2.3.4-5 (R: 1a)

 

- Felizes todos os que respeitam o Senhor.
R: Felizes todos os que respeitam o Senhor.


- Feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!

R: Felizes todos os que respeitam o Senhor.


- A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa.

R: Felizes todos os que respeitam o Senhor.


- Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida.

R: Felizes todos os que respeitam o Senhor.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Acolhei docilmente a Palavra semeada em vós, meus irmãos; ela pode salvar vossas vidas! (Tg 1,21)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7, 24-30

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

- Glória a vós, Senhor!  


-
Naquele tempo, 24Jesus saiu e foi para a região de Tiro e Sidônia. Entrou numa casa e não queria que ninguém soubesse onde ele estava. Mas não conseguiu ficar escondido. 25Uma mulher, que tinha uma filha com um espírito impuro, ouviu falar de Jesus. Foi até ele e caiu a seus pés. 26A mulher era pagã, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio. 27Jesus disse: “Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos”. 28A mulher respondeu: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair”. 29Então Jesus disse: “Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha”. 30Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já havia saído dela.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

A mulher não era judia... (Mc 7,24-30)

Para um judeu do tempo de Jesus, os estrangeiros mereciam o nome de “cães”. O costume de comer carne de porco e o fato de não adotarem a circuncisão faziam dos não judeus uma gente execrável.

Exemplo desta aversão transparece em dois versículos do Eclesiástico: “Há duas nações que minha alma detesta e uma terceira que nem sequer é nação: os habitantes da montanha de Seir, os filisteus, e o povo estúpido que habita em Siquém”. (Eclo 50,25-26) Ora, o território dos antigos filisteus incluía, no litoral do Mediterrâneo, as cidades de Tiro e Sidônia.

É desta região “maldita” que sai a mulher que o Evangelho de Marcos chama de “siro-fenícia”. Sua aproximação de Jesus, o mestre judeu, já famoso pelas curas e milagres, parece de início pô-lo em prova: também os estrangeiros merecem atenção? Ou seria apenas uma reação do redator judeu, ele mesmo ainda surpreso com a impensável ampliação dos horizontes da salvação?

Afinal, o evangelista Marcos era exatamente o secretário de Pedro/Kefas, o mesmo apóstolo que precisou passar por uma revisão de conceitos em relação aos não judeus, como se lê em Atos 10,10, onde a visão da toalha com cobras e lagartos foi acompanhada da ordem divina: “Não chames de impuro o que Deus purificou”.

Cães... répteis... a mulher estrangeira... Termos pejorativos. Mas nada será obstáculo para que o pão dos filhos – a mensagem de salvação revelada a Israel, povo escolhido – venha a cair debaixo da mesa, ainda que na forma de simples migalhas, para os “cachorrinhos” [no texto grego, “kynariois”, ou seja, filhotes]. O pão não era só para os “filhos”, mas também para os “filhotes”.

Jean Valette comenta: “Tal como o centurião de Cafarnaum, esse outro pagão que acreditara que não há fronteiras para o poder de Deus, a mulher siro-fenícia acredita que não limites para sua bondade. E ela acaba por descobrir aquilo que Paulo empenhará todos os recursos para demonstrar: é que não existem barreiras raciais, históricas, religiosas, doutrinárias ou legais para o amor divino, que isto não é possível sob pena de Deus não ser Deus”.

Deus é amor (1Jo 4,16b). O amor não tem fronteiras. Ninguém está excluído da irradiação desse amor que jorra em torrentes do coração aberto pela lança do centurião, na rocha do Calvário. Os filhotes terão o seu pão...

 

Orai sem cessar: “A uma nação que não invocava o meu nome, eu respondi:

‘Aqui estou eu!’” (Is 65,1)                                               

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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