Liturgia de 07 de janeiro de 2021

QUINTA FEIRA – DEPOIS DA EPIFANIA
(branco, pref. da Epifania ou do Natal - ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- No princípio e antes dos séculos o Verbo era Deus e dignou-se nascer para salvar o mundo (I Jo 1, 1).

Oração do dia

- Ó Deus, pelo nascimento de vosso Filho, a aurora do vosso dia eterno despontou sobre todas as nações. Concedei ao vosso povo conhecer a fulgurante glória do seu redentor e por ele chegar à luz que não se extingue. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1 Jo 4, 19-5,4

 

- Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 19quanto a nós, amamos a Deus porque ele nos amou primeiro.20Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas entretanto odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. 21E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão. 5,1Todo o que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus, e quem ama aquele que gerou alguém, amará também aquele que dele nasceu. 2Podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. 3Pois isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, 4pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 72, 1-2.14-15bc.17 (R: 11)

- As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Há de livrá-los da violência e opressão, pois vale muito o sangue deles a seus olhos! Hão de rezar também por ele sem cessar, bendizê-lo e honrá-lo cada dia.

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!


- Seja bendito o seu nome para sempre! E que dure como o sol sua memória! Todos os povos serão nele abençoados, todas as gentes cantarão o seu louvor.

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 4, 14-22a

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

- Glória a vós, Senhor!  


- Naquele tempo, 14Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam. 16E veio à cidade de Nazaré onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”. 20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.

22ª Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Aos pobres me enviou! (Lc 4,14-22a)

Desde o Antigo Testamento, as promessas de Deus falavam de um Messias que seria enviado aos pobres, acudindo aos órfãos, às viúvas e ao estrangeiro (cf. Is 1,17; 66,2; Os 14,3). No entanto, quando se anuncia a ternura de Deus pelos pobres, até a classe média (que não é rica, a rigor) se sente incomodada. No fundo, talvez, não se sintam pobres... E por isso, sentem-se excluídos...

Ora, somos todos pobres. O rico que não tem fé é pobre. O pobre que se revolta com sua pobreza, também é. O idoso que vai perdendo a força e a saúde, eis o pobre! O milionário que só conta consigo mesmo, como é pobre! Se o pobre que confia em Deus é rico, o homem rico que se tranca a sete chaves com medo do ladrão, pobrezinho!... Frei Raniero Cantalamessa fala de “ricos no tempo e pobres na eternidade”, quando nossos tesouros são apenas as riquezas que passam, e não os valores eternos. Dinheiro, terras e fama, tudo leva o tempo. Só o amor de Deus permanecerá conosco.

Ouvir que Jesus veio para anunciar a Boa Nova aos pobres devia nos encher de alegria e de gratidão! Afinal, não podemos salvar a nós mesmos. Não há boa obra que possa comprar-nos o céu. A salvação será sempre um dom gratuito que manifesta a misericórdia, o “louco amor” de Deus por nós. Assim sendo, somos pobres: é sobre nós que se derrama o rico amor de Deus.

Já é tempo, pois, de mudar de mentalidade! Nós somos todos pobres. Somos absolutamente miseráveis. E é exatamente a nossa miséria que “faz cócegas” na misericórdia de Deus. Nossa miséria atrai seu olhar de compaixão. Jesus deixou isto bem claro: quem precisa de médico é o doente; ele não veio para os “justos”, mas para os pecadores...

Assim comenta a Bíblia de Navarra: “Por ‘pobres’ deve entender-se, segundo a tradição do AT e a pregação de Jesus, não tanto uma determinada condição social, mas antes a atitude religiosa de indigência e de humildade diante de Deus dos que, em vez de confiar nos seus próprios bens e méritos, confiam na bondade e na misericórdia divinas”.

Claro, há pobres à espera de meu amor e de meu serviço. É uma questão de fé! Como escreve Bento XVI, “em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado. ‘Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes’ (Mt 25,40): estas palavras de Jesus são uma advertência que não se deve esquecer e um convite perene a devolvermos aquele amor com que Ele cuida de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu próprio amor que impele a socorrê-Lo sempre que se faz próximo nosso no caminho da vida”. (Porta Fidei, 14)

Se me sinto rico, tenho a ilusão de não precisar de Deus. Se sou pobre, Deus se debruça e me abraça.

 

Orai sem cessar: “Senhor, o fraco se entrega a ti!” (Sl 10,14)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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