Liturgia de 24 de dezembro de 2020

 

MISSA DA NOITE DE 24
(branco, glória, creio, pref. do Natal –ofício da solenidade)

 

Antífona da entrada

 

- Alegremo-nos todos no Senhor: hoje nasceu o salvador do mundo, desceu do céu a verdadeira paz! (Sl 2,7)

Anúncio do Natal

(após o ato penitencial)

 

Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo e fez o homem à  sua imagem, JESUS CRISTO, DEUS ETERNO E FILHO DO ETERNO PAI, querendo santificar o mundo com a sua vinda, foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem; transcorridos nove meses, nasceu da Virgem Maria em Belém de Judá. Eis o Natal de nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana. Venham, adoremos o Salvador. Ele é Emanuel, Deus conosco.

Oração do dia

 

- Ó Deus, que fizestes resplandecer esta noite santa com a claridade da verdadeira luz, concedei que, tendo vislumbrado na terra este mistério, possamos gozar no céu sua plenitude. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ªLeitura: Is 9,1-6

- Leitura do livro do profeta Isaías: 1O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. 2Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença, como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. 3Pois o jugo que oprimia o povo, - a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais - tu os abateste como na jornada de Madiã. 4Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas. 5Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz. 6Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar essas coisas.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 96,1-2a.2b-3.11-12.13 (R: Lc2,11)

- Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.


- Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome!

R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.


- Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios!

R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.


- O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas

R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.


- Na presença do Senhor, pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo com justiça, e os povos julgará com lealdade.

R: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

2ª Leitura: Tt 2,11-14

- Leitura da carta de são Paulo a Tito: Caríssimo, 11A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. 12Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, 13aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. 14Ele se entregou por nós, para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Eu vos trago a boa-nova de uma grande alegria: é que hoje vos nasceu o Salvador, Cristo, o Senhor (Lc 2,10)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 2,15- 20.

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

- Glória a vós, Senhor!  

- 15Quando os anjos se afastaram deles, para o céu, os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém, para ver a realização desta palavra que o Senhor nos deu a conhecer. 16Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17Quando o viram, contaram as palavras que lhes tinham sido ditas a respeito do menino. 18Todos os que ouviram os pastores ficavam admirados com aquilo que contavam. 19Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. 20Os pastores retiraram-se, louvando e glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que lhes tinha sido dito.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

  

 

Liturgia comentada

Foram às pressas a Belém... (Lc 2,15-20)

Os humildes pastores das campinas de Belém comparecem a todos os nossos presépios, cercados de carneirinhos e cães de guarda. O Evangelho registra que, tão logo desapareceram os anjos de sua visão, os pastores se apressaram em “verificar” o sinal recebido, prova de que o levaram a sério.

Na Carta apostólica “Admirabile Signum” [1º/12/2019], sobre o significado e o valor dos presépios, o Papa Francisco medita: “‘Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer’ (Lc 2,15): assim falam os pastores, depois do anúncio que os anjos lhes fizeram. É um ensinamento muito belo, que nos é dado na simplicidade da descrição. Ao contrário de tanta gente ocupada a fazer muitas outras coisas, os pastores tornam-se as primeiras testemunhas do essencial, isto é, da salvação que nos é oferecida. São os mais humildes e os mais pobres que sabem acolher o acontecimento da Encarnação.”

“A Deus, que vem ao nosso encontro no Menino Jesus, - prossegue Francisco - os pastores respondem, pondo-se a caminho rumo a Ele, para um encontro de amor e de grata admiração. É precisamente este encontro entre Deus e os seus filhos, graças a Jesus, que dá vida à nossa religião e constitui a sua beleza singular, que transparece de modo particular no Presépio.” (AS, 5)

Por certo, há um visível descompasso entre o hino triunfal dos anjos (v. 14) e a cena humilde, quase banal, de um casal de migrantes com a criança recém-nascida (v. 16). Podemos aplicar à situação as palavras de Garrigou-Lagrange: “Existe aqui uma purificação semelhante da verdadeira piedade ou virtude de religião para com Deus. A devoção substancial ou a prontidão da vontade a serviço do Senhor deve, de fato, subsistir aqui, apesar da ausência de devoção sensível e de consolação espiritual; e isto durante meses e, às vezes, durante anos. [...] Esta piedade profunda tem como fruto a mansidão; ela corresponde, diz Santo Agostinho, à bem-aventurança dos mansos”.

Deixando de lado a ausência de brilho e de aparato da pobre gruta, os pastores não repelem o esforço e a autodisciplina. Se “a devoção, que é a prontidão da vontade no serviço de Deus, eleva a alma, a preguiça espiritual deixa a alma pesada e a deprime, e acabaria por levar a considerar insuportável o jugo do Senhor, e a repelir a luz divina que nos recorda nossos deveres”. (Garrigou-Lagrange)

 

Prontos e apressados, os pastores contemplam a luz divina. Temos pressa?

Orai sem cessar: “Firma meus passos segundo tua promessa!” (Sl 119,133)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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