Liturgia de 02 de dezembro de 2020

QUARTA FEIRA DA I SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento I - ofício do dia)

Antífona da entrada

- O Senhor vai chegar, não tardará: há de iluminar o que as trevas ocultam e se manifestará a todos os povos (Hab 2,3; 1Cor 4,5).

Oração do dia

 

- Senhor Deus, preparai os nossos corações com a força da vossa graça, para que, ao chegar o Cristo, vosso Filho, nos encontre dignos do banquete da vida eterna e ele mesmo nos sirva o alimento celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Is 25, 6-10a


- Leitura do livro do profeta Isaías: Naquele dia, 6o Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos. 7Ele removerá, neste monte, a ponta da cadeia que ligava todos os povos, a teia em que tinha envolvido todas as nações. 8O Senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra; o Senhor o disse. 9Naquele dia, se dirá: “Este é o nosso Deus, esperamos nele, até que nos salvou; este é o Senhor, nele temos confiado: vamos alegrar-nos e exultar por nos ter salvo”. 10aE a mão do Senhor repousará sobre este monte.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 23, 1-3a.3b-4.5.6 (R: 6cd)

- Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.
R: Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.


- O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças.

R: Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.


- Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança!

R: Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.


- Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo; com óleo vós ungis minha cabeça e o meu cálice transborda.

R: Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.


- Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.

R: Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Eis que o Senhor há de vir a fim de salvar o seu povo; felizes são todos aqueles que estão prontos para ir-lhe ao encontro.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 15, 29-37


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 29Jesus foi para as margens do mar da Galileia, subiu a montanha, e sentou-se. 30Numerosas multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou. 31O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando, os aleijados sendo curados, os coxos andando e os cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel. 32Jesus chamou seus discípulos e disse: “Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho”. 33Os discípulos disseram: “Onde vamos buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?” 34Jesus perguntou: “Quantos pães tendes?” Eles responderam: “Sete, e alguns peixinhos”. 35E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão. 36Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões. 37Todos comeram, e ficaram satisfeitos; e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Enxugará as lágrimas... (Is 25,6-10a)

Esta passagem do profeta Isaías, selecionada pela Igreja para a liturgia do tempo do Advento, quando nos preparamos para vinda de Jesus Cristo no Natal, está marcada por vários símbolos dos tempos messiânicos. Entre eles, a figura do banquete, a fartura de um festim, imagem que o próprio Cristo iria retomar nos Evangelhos para falar do Reino de Deus entre os homens. Outras imagens falam de um véu a ser tirado de nossos olhos, da mortalha que desaparecerá.

No entanto, mais que a fome saciada ou a cegueira iluminada, fala ao nosso coração a promessa da consolação que o Messias traz para a humanidade que chora: “O Senhor Deus enxugará as lágrimas em todos os rostos”. É o tipo de promessa que nos reconduz à infância, quando chegávamos em casa com um joelho ralado ou a unha do dedão levantada por uma pedra, e mamãe logo vinha cuidar do machucado e secar nossas lágrimas com um colo gostoso...

Sim, Deus Pai é Deus Mãe. O Salvador que nos envia é acima de tudo um Consolador. Sim, Deus é sensível às lágrimas humanas. No versículo mais curto dos Evangelhos, o Filho de Deus também chora (cf. Jo 11,35). Com certeza, na gruta de Belém, o Menino chorava. Por isso mesmo, não temos junto ao Pai um mediador que ignore as dores e as angústias de nossa humana condição (cf. Hb 4,15-16; 5,2). Podemos esperar pelas manifestações palpáveis de seu amor que vem consolar e reanimar. Por isso mesmo, uma das nove bem-aventuranças do Evangelho é dirigida às lágrimas que derramamos: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!” (Mt 5,5)

Nosso povo anda sem esperança. Depois de apostar nas promessas de governantes que se apresentavam como salvadores da pátria, a multidão se recolheu ao desânimo e ao ceticismo. Quanto maior o sonho, tanto mais funda a decepção. Neste Advento, Deus nos convida a redirecionar os anseios profundos de nosso coração para o Menino que se avizinha. Ele não decepcionará...

Os últimos versículos da profecia de Isaías garantem que não são infundadas as nossas esperanças, mas serão recompensadas com a libertação final, fonte de júbilo e alegria. Como escreveu Bento XVI, “Com esta confiança segura, confiamo-nos a Ele: Ele, presente no meio de nós, vence o poder do maligno (cf. Lc 11,20); e a Igreja, comunidade visível da sua misericórdia, permanece n’Ele como sinal da reconciliação definitiva com o Pai”. (PF,15.)

 

Orai sem cessar: “É no Senhor que depositamos nossa esperança!” (Is 25,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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