Liturgia de 24 de novembro de 2020

TERÇA FEIRA – SANTO ANDRÉ DUNG-LAC PRESBÍTERO E MÁRTIR

(vermelho, pref. comum ou dos mártires – ofício da memória)

Antífona da entrada

 

- A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; para os salvos, como nós, ela é poder de Deus

(Gl 6.14; 1Cor 1,18).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, fonte e origem de toda paternidade, que destes aos santos mártires André e seus companheiros serem fiéis à cruz do vosso Filho até a efusão do sangue, concedei, por sua intercessão, que, propagando o vosso amor entre os irmãos, possamos ser chamados vossos filhos e filhas e realmente o sejamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ap 14,14-19

 

- Leitura do livro do Apocalipse de são João: Eu, João, 14na minha visão, vi uma nuvem branca e sentado na nuvem alguém que parecia um “filho de homem”. Tinha na cabeça uma coroa de ouro e, nas mãos, uma foice afiada. 15Saiu do Templo outro anjo, gritando em alta voz para aquele que estava sentado na nuvem: “Lança tua foice, e ceifa. Chegou a hora da colheita. A seara da terra está madura!” 16E aquele que estava sentado na nuvem lançou a foice, e a terra foi ceifada. 17Então saiu do templo que está no céu mais um anjo. Também ele tinha nas mãos uma foice afiada. 18E saiu, de junto do altar, outro anjo ainda, aquele que tem o poder sobre o fogo. Ele gritou em alta voz para aquele que segurava a foice afiada: “Lança a foice e colhe os cachos da videira da terra, porque as uvas já estão maduras”. 19E o anjo lançou a foice afiada na terra, e colheu as uvas da videira da terra. Depois, despejou as uvas no grande lagar do furor de Deus.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 96,10.11-12.13 (R: 13b)

 

- O Senhor vem julgar nossa terra.

R: O Senhor vem julgar nossa terra.


- Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!” Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça.

R: O Senhor vem julgar nossa terra.


- O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas.

R: O Senhor vem julgar nossa terra.


- Na presença do Senhor, pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça, e os povos julgará com lealdade.

R: O Senhor vem julgar nossa terra.


Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Permanece fiel até a morte, e a coroa da vida eu te darei (Ap 2,10).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 21,5-11

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, 5algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas vo­tivas. Jesus disse: 6“Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. 7Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?”  8Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O chegou o momento’. Não sigais essa gente! 9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”.  10E Jesus continuou: “Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Chegou o momento... (Lc 21,5-11)

Neste Evangelho, mesmo sem exagerar na tonalidade apocalíptica, Jesus nos adverte sobre uma “catástrofe” (no sentido etimológico de “decadência”, “queda”, “movimento para baixo”). Nem mesmo as ciclópicas muralhas do Templo ficariam de pé, apesar de sua aparente solidez.

Diante dessa “notícia”, a pergunta dos discípulos é: “Quando será?” Que sinais deveriam observar para prever a catástrofe? Mas Jesus esconde a ampulheta. Não diz o Dia “D” nem a hora “H”. Apenas exorta: “Abram os olhos!” (No grego de São Lucas, “blépete”!) Ficar de olhos abertos para não sair de órbita...

De fato, seria muito cômodo se entrássemos neste mundo com um cartão de créditos, ou de impulsos “telefônicos”. Quando o visor indicasse “último impulso”, seria a hora de nos preparar para a “queda”, ou melhor, para o encontro final com o Juiz dos vivos e dos mortos. Mas, para nosso bem, este “mistério” nos foi vedado.

No final do Ano Litúrgico, quando a Igreja chama nossa atenção para a escatologia - isto é, para os acontecimentos ligados ao final da História -, somos interpelados pela evidência esmagadora: tudo passa. Nada, aqui, dura para sempre. A “figura” deste mundo, tecida de espaço e duração, não subsiste para sempre.

E mais: temos um tempo (ninguém sabe quanto!) para realizar nossa missão neste planeta e dar nossa contribuição para edificar o Reino de Deus. Findo esse tempo, estaremos perante o Juiz. O fato de ser um Juiz cheio de misericórdia não reduz em nada nossa responsabilidade pela forma como gastamos nosso tempo e os dons que em nós investiu o Criador.

Passamos pela permanente tentação de admirar com estesia e prazer as belezas (e são belas!) deste mundo. Tal como os discípulos extasiados diante da beleza do Templo e da riqueza de seus ex-votos. Daí à idolatria, um passo estreito. E logo nos vemos alheios às realidades eternas, às coisas que não passam. Ao menos, fomos avisados. Abrir os olhos! Não dar crédito aos falsos profetas que simulam possuir os segredos e os arcanos da vida. Aqueles mesmos profetas que previram o fim do mundo para o ano 2000. E ainda choram porque o mundo não acabou.

Sim, o tempo pode ser “elástico” nas mãos de seu Criador. Mas há de ter um fim. Até lá, é tempo de amor. É tempo de cruz...

 

Orai sem cessar: “É eterna, Senhor, vossa palavra, tão estável como o céu!” (Sl 119,89)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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