Liturgia de 17 de novembro de 2020

 

TERÇA FEIRA – SANTA ISABEL DA HUNGRIA – ESPOSA E RELIGIOSA

(branco, pref. comum ou dos santos – ofício da memória)

Antífona da entrada

 

- Vinde benditos de meu Pai, diz o Senhor: eu estava doente e me visitastes. Em verdade vos digo, tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos foi a mim que o fizestes (Mt 25,34.36.40).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, que destes a Santa Isabel da Hungria reconhecer e venerar o Cristo nos pobres, concedei-nos, por sua intercessão, servir os pobres e aflitos com incansável caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ap 3,1-6.14-22

 

- Leitura do livro do Apocalipse de são João: Eu, João, ouvi o Senhor que me dizia: 1“Escreve ao anjo da Igreja que está em Sardes: ‘Assim fala aquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas: - Conheço a tua conduta. Tens fama de estar vivo, mas estás morto. 2Acorda! Reaviva o que te resta, e que estava para se apagar! Pois não acho suficiente aos olhos do meu Deus aquilo que estás fazendo. 3Lembra-te daquilo que tens aprendido e ouvido. Observa-o! Converte-te! Se não estiveres vigilante, eu virei como um ladrão, sem que saibas em que hora te vou surpreender! 4Todavia, aí em Sardes existem algumas pessoas que não sujaram a roupa. Estas vão andar comigo, vestidas de branco, pois merecem isso. 5O vencedor vestirá a roupa branca, e não apagarei o seu nome do livro da vida, mas o apresentarei diante de meu Pai e de seus anjos. 6Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas’. 14Escreve ao anjo da Igreja que está em Laodiceia: ‘Assim fala o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: 15Conheço a tua conduta. Não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! 16Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca. 17Tu dizes: ‘Sou rico e abastado e não careço de nada’, em vez de reconhecer que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu! 18Dou-te um conselho: compra de mim ouro purificado no fogo, para ficares rico, e vestes brancas, para vestires e não aparecer a tua nudez vergonhosa; e compra também um colírio para curar os teus olhos, para que enxergues. 19Eu repreendo e educo os que eu amo. Esforça-te, pois e converte-te. 20Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo. 21Ao vencedor farei sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci e estou sentado com meu Pai no seu trono. 22Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas’”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 15, 2-5 (R: Ap 3,21)

 

- Ao vencedor, dar-lhe-ei o direito de sentar-se comigo no meu trono.
R: Ao vencedor, dar-lhe-ei o direito de sentar-se comigo no meu trono.


- “Senhor, quem morará em vossa casa?” É aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; que pensa a verdade no seu íntimo e não solta em calúnias sua língua.

R: Ao vencedor, dar-lhe-ei o direito de sentar-se comigo no meu trono.


- Quem em nada prejudica o seu irmão, nem cobre de insultos seu vizinho; que não dá valor algum ao homem ímpio, mas honra os que respeitam o Senhor.

R: Ao vencedor, dar-lhe-ei o direito de sentar-se comigo no meu trono.


- Não empresta o seu dinheiro com usura, nem se deixa subornar contra o inocente. Jamais vacilará quem vive assim!

R: Ao vencedor, dar-lhe-ei o direito de sentar-se comigo no meu trono.

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Por amor, Deus enviou-nos seu Filho como vítima por nossas transgressões (1Jo 4,10).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 19,1-10

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, 1Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. 2Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. 3Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. 4Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali.
5Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. 6Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria. 7Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!” 8Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. 9Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. 10Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Devo ficar na tua casa... (Lc 19,1-10)

Este Evangelho, exclusivo de São Lucas, tem como foco exatamente a alegria da conversão. Como pano de fundo, a certeza de que a condição humana é um processo de transformação: nunca somos; sempre estamos. Por isso mesmo, erramos gravemente na tentativa de cristalizar em seu erro o criminoso, ignorando a possibilidade de ser regenerado pela Graça.

Dirigindo-se a Zaqueu, o cobrador de impostos pendurado no galho de uma árvore, Jesus o chama para baixo – “Desce depressa!” (Lc 19,5) – porque chegara a hora de levá-lo para cima. Decaído pela profissão desprezada por seus compatriotas, corrompido pela ânsia do lucro, qualquer rótulo que colemos em sua testa ainda será uma injustiça de nossa parte, pois Jesus está disposto a regenerá-lo.

Devo ficar na tua casa!” Seria assim – como um dever – que Jesus encara o encontro com Zaqueu? Parece que sim. Um dever de amor. O amor gera deveres, impele ao encontro, tece compromissos.

Ouçamos o comentário de Urs von Balthasar: “É um quadro singular que nos esboça o Evangelho: o homem muito rico que sobe a uma árvore para ver Jesus. Como chefe dos coletores de impostos, ele é considerado um grande pecador, mas é justamente em sua casa que Jesus quer ser recebido. E Jesus sabe que em toda parte aonde chega, ele traz a Graça consigo.

‘Hoje chegou a salvação para esta casa.’ E isto ‘porque o Filho do homem veio procurar e salvar aquele que estava perdido’. Ele é recebido em casa de Zaqueu porque havia ali alguma coisa a salvar. Certamente, não porque ali fossem executadas boas obras a serem recompensadas, mas porque Zaqueu, ‘também ele, é um filho de Abraão’ que não deve ser excluído da fidelidade e do amor de Deus.

Inútil, pois, procurar saber se, quando Zaqueu assegura que ele ‘dá metade de seus bens aos pobres’, esta declaração se relaciona a alguma coisa anterior, ou se é apenas consequência da Graça que lhe foi manifestada. O evangelista não se interessa por este problema, mas unicamente pela salvação que Jesus traz àquela casa.

É bom saber que ele também entra em casa de gente muito rica quando a salvação cristã deve chegar a eles. A beatitude dos pobres não deve ser interpretada sociologicamente, mas teologicamente. Há pobres que são ricos em espírito (espírito de cobiça), e existem ricos que são pobres em espírito (espírito de serviço, graças a seus bens).”

 

Orai sem cessar: “Deste mais alegria ao meu coração!” (Sl 4,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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