Liturgia 04 de novembro de 2020

QUARTA FEIRA - SÃO CARLOS BORROMEU BISPO E AMIGO DOS POBRES
(branco, pref. comum ou dos pastores - ofício da memória)

Antífona da entrada

- O Senhor firmou com ele uma aliança de paz, fazendo-o chefe do seu povo e sacerdote para sempre (Eclo 45,30).

- Oração do dia

 

- Conservai, ó Senhor, no vosso povo o espírito que animava são Carlos Borromeu, para que a vossa Igreja, continuamente renovada e sempre fiel ao evangelho, possa mostrar ao mundo a verdadeira face do Cristo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Fl 2,12-18

 

- Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses: 12Meus queridos, como sempre fostes obedientes, não só em minha presença, mas ainda mais agora na minha ausência, trabalhai para a vossa salvação, com temor e tremor. 13Pois é Deus que realiza em vós tanto o querer como o fazer, conforme o seu desígnio benevolente. 14Fazei tudo sem reclamar ou murmurar, 15para que sejais livres de repreensão e ambiguidade, filhos de Deus sem defeito, no meio desta geração depravada e pervertida, na qual brilhais como os astros no universo. 16Conservai com firmeza a palavra da vida. Assim, no dia de Cristo, terei a glória de não ter corrido em vão, nem trabalhado inutilmente. 17E ainda que eu seja oferecido em libação, no sacrifício que é o sagrado serviço de vossa fé, fico feliz e alegro-me com todos vós. 18Vós também, alegrai-vos pelo mesmo motivo e congratulai-vos comigo.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 27, 1.4.13-14 (R: 1a)

 

- O Senhor é minha luz e salvação!
R: O Senhor é minha luz e salvação!


- O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?

R: O Senhor é minha luz e salvação!


- Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo.

R: O Senhor é minha luz e salvação!


- Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!

R: O Senhor é minha luz e salvação!

 Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Felizes sereis vós se fordes ultrajados por causa de Jesus, pois repousa sobre vós o Espírito de Deus (1Pd 4,14).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 14,25-33

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. 28Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31Ou ainda: Qual rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Se não renunciar... (Lc 14,25-33)

Eis a condição proposta por Jesus a quem tenciona ser seu discípulo: renunciar a tudo o que tem, sem excluir a própria vida. Este é o segredo dos mártires e dos grandes evangelizadores: abraçar a cruz.

Duro? Difícil demais? Leiamos as palavras de Santo Agostinho:

“O que o Senhor ordenou parece duro e penoso: se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo! Mas não é duro nem penoso na realidade, pois Aquele que ordena é também Aquele que ajuda a realizar o que ordenou.

É também verdadeira a palavra do salmo: ‘Por causa das palavras de teus lábios, eu segui caminhos penosos’. (Sl 17,4) E é verdadeira, ainda, a palavra que Ele mesmo pronunciou: ‘Meu jugo é fácil de levar, e meu fardo é leve’. (Mt 11,30) Tudo aquilo que é duro na ordem, o amor o torna fácil.”

O Bispo de Hipona não está dizendo que o seguimento de Cristo é uma passeata escolar, um alegre piquenique pelo campo. Ele conhece bem as dificuldades reais: Quando começamos a seguir Jesus, conformando nossa conduta aos mandamentos do Senhor, aparecerá muita gente para nos contradizer, muitos para se contrapor, numerosos para nos desencorajar. E todos estes agirão assim na qualidade de companheiros de Cristo, afirma Santo Agostinho.

Aconteceu comigo. Quando fui convencido de que Deus me queria em tempo integral no trabalho da evangelização e decidi encerrar minha carreira de professor, demitindo-me do emprego, até o pároco me convocou e tentou demover-me da decisão. Apontou dificuldades materiais, prejuízos, responsabilidades com a família. Naquela época, aqui e ali, ouviam-se palavras como irresponsável, preguiçoso, louco...

Meus livros profissionais foram vendidos no sebo. Durante dez anos inteiros, sem salário e sem nenhuma renda fixa, vivemos da Providência que se manifestava em sacolas de alimentos surgidas na varanda, envelopinhos enfiados em meu bolso e outras surpresas de Deus. No mesmo período, os dois filhos fizeram sua faculdade. Com nosso exemplo, outras pessoas seguiram o mesmo caminho de abandono e confiança em Deus. A Graça não deixa ninguém sozinho.

Santo Agostinho não hesita ao garantir: “Quer se trate de ameaças, de bajulações ou de proibições, se tu queres seguir a Cristo, transforma tudo isso em cruz: tem paciência, suporta, não te deixes acabrunhar!”

 

Orai sem cessar: “Sustenta-me, Senhor, segundo a tua promessa!” (Sl 119,116)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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