Liturgia de 16 de setembro de 2020

QUARTA FEIRA – SANTOS CORNÉLIO E CIPRIANO – PAPA E BISPO MÁRTIRES
(vermelho, pref. comum ou dos mártires - ofício da memória)

Antífona da entrada

- Alegram-se nos céus os santos que na terra seguiram a Cristo. Por seu amor derramaram o próprio sangue; exultarão com ele eternamente.

Oração do dia

- Ó Deus, que em são Cornélio e são Cipriano destes ao vosso povo pastores dedicados e mártires invencíveis, fortificai, por suas preces, nossa fé e coragem, para que possamos trabalhar incansavelmente pela unidade da Igreja. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1Cor 12,31-13,13

- Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 12,31Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior. 13,1Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. 2Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, mas se não tivesse caridade, eu não seria nada. 3Se eu gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres, se entregasse o meu corpo às chamas, mas não tivesse caridade, isso de nada me serviria. 4A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; 5não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; 6não se alegra com a iniquidade, mas regozija-se com a verdade. 7Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. 8A caridade não acabará nunca. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. 9Com efeito, o nosso conhecimento é limitado e a nossa profecia é imperfeita. 10Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito. 11Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. 12Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face. Agora, conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido. 13Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 33,2-3.4-5.12.22 (R: 12b)

- Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

- Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! Cantai para o Senhor um canto novo, com arte sustentai a louvação!
R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

- Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.
R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

- Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

- Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna (Jo 6,63.68).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 7,31-35

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, disse Jesus: 31“Com quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem eles se parecem? 32São como crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes!’ 33Pois veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e vós dissestes: ‘Ele está com um demônio!’ 34Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e vós dizeis: ‘Ele é um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos pecadores!’ 35Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos”.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada
São como crianças... (Lc 7,31-35)

Em outra passagem do Evangelho, Jesus manda imitar as crianças em sua simplicidade e ternura filial, chamando a Deus de “Abbá”, “paizinho”. Desta vez, porém, o comportamento infantil (ou melhor, infantilizado) torna-se alvo da censura do Mestre. É que Jesus de Nazaré não correspondia à expectativa de muitos, que se punham a reclamar, a achar defeitos em Jesus, a ponto de lhe dar o rótulo de endemoninhado.

Não sem humor, Jesus compara seus críticos às crianças imaturas e insatisfeitas que vivem chorando e reclamando. Na Palestina de seu tempo, havia duas ocasiões que marcavam profundamente a vida do povo: os casamentos e os funerais. Nestes, as mulheres faziam o importante papel de carpideiras, chorando estrepitosamente o falecido, diante dos lamentos proferidos pelos homens. Já nos casamentos, os homens eram encarregados da música, enquanto as mulheres dançavam.

Assim como em nossa cultura, as crianças gostam de brincar imitando os adultos. Na Palestina, brincavam exatamente de casamento e de enterro. E acontecia que alguém propunha um brinquedo e o outro discordava, provocando o mau humor (e até o choro) da criança que fizera a proposta. Esta é a imagem usada por Jesus para denunciar a má vontade dos fariseus e doutores da lei, que não quiseram “jogar o jogo” que Deus lhes oferecia em Jesus... “Tocamos flauta, e não dançastes... Entoamos queixumes, e não chorastes...” Umas crianças emburradas!

Seria também o nosso caso? Temos queixas e reclamações contra o Espírito de Deus que fala através da Igreja? Nosso Deus nos tem decepcionado quando faz propostas que não correspondem a nossos comodismos e preferências? Continuamos incapazes de “dançar conforme a música”? Faremos como Simão Pedro que achou prudente dar um puxão de orelhas no seu Mestre?

Talvez seja esta a explicação para muitas “conversões” (com aspas, por favor!), quando trocamos de paróquia ou até de Igreja porque as coisas não correram como nós esperávamos... Tínhamos um mapa mental e a receita ideal para a religião. Aí, a realidade destoou de nossos projetos e não fomos capazes de dar uma resposta ao desafio que nos era oferecido. Saímos chorando – imaturos e infantis – como os menininhos da velha Palestina...

Orai sem cessar: “Na minha noite, me fazes conhecer a sabedoria.” (Sl 51,8)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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