Liturgia de 20 de agosto de 2020

QUINTA FEIRA – SÃO BERNARDO – ABADE E DOUTOR

(branco, pref. comum ou dos santos – ofício da memória)

Antífona da entrada

 

- O justo medita a sabedoria e sua palavra ensina a justiça, pois traz no coração a lei de seu Deus (Sl 36,30).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus que fizestes do abade são Bernardo, inflamado de zelo por vossa casa, uma luz que brilha e ilumina a Igreja, dai-nos por sua intercessão, o mesmo fervor para caminharmos sempre como filhos da luz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ez 36,23-28

 

- Leitura da profecia de Eze­quiel: Assim fala o Senhor: 23“Vou mostrar a santidade do meu grande nome, que profanastes no meio das nações. As nações saberão que eu sou o Senhor – oráculo do Senhor Deus –, quando eu manifestar minha santidade à vista delas por meio de vós. 24Eu vos tirarei do meio das nações, vos reunirei de todos os países, e vos conduzirei para a vossa terra. 25Derramarei sobre vós uma água pura, e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos. 26Eu vos darei um coração novo e porei um espírito novo dentro de vós. Arrancarei do vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne; 27porei meu espírito dentro de vós e farei com que sigais a minha lei e cuideis de observar os meus mandamentos. 28Habitareis no país que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 51,12-15.18-19 (R: Ez 36,25)

 

- Eu hei de derramar sobre vós uma água pura, e de vossas imundícies sereis purificados.
R: Eu hei de derramar sobre vós uma água pura, e de vossas imundícies sereis purificados.


- Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

R: Eu hei de derramar sobre vós uma água pura, e de vossas imundícies sereis purificados.


- Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vosso caminho aos pecadores, e para vós se voltarão os transviados.

R: Eu hei de derramar sobre vós uma água pura, e de vossas imundícies sereis purificados.


- Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!

R: Eu hei de derramar sobre vós uma água pura, e de vossas imundícies sereis purificados.

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Oxalá ouvísseis hoje sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba!

(Sl 94,8).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 22,1-14

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 1Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, 2dizendo: “O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3E mandou os seus empregados chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram vir. 4O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’ 5Mas eles não fizeram caso: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. 7O rei ficou indignado e mandou suas tropas, para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. 8Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. 9Portanto, ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encon­trar­des’. 10Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. 11Quando o rei entrou para ver os convidados observou ali um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu. 13Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Ali haverá choro e ranger de dentes’. 14Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

Lançai-o fora! (Mt 22,1-14)

Para André Louf, Deus nos espanta quando convida indiferentemente a crentes e descrentes, mas não chega a nos chocar, de início, pois bem conhecemos sua desmedida bondade. E o biblista cisterciense prossegue:

“Mas a continuação da parábola é mais difícil. Eis que o salão das núpcias está agora repleto de convivas, e de toda espécie. Entre eles, alguns que não tinham direito de ali estar. Alguns trajam a veste nupcial, outros não. Ora, estes últimos são prontamente expulsos, pés e mãos atados, e lançados às trevas. E Jesus comenta: ‘Muitos são os chamados, mas os escolhidos são poucos’.

Que quer dizer Jesus? Por que esta aparente dureza? E qual é esta veste de núpcias que é preciso vestir absolutamente, sob pena de não encontrar graça diante de um Deus que sabemos ser Amor e Misericordia?

Há uma resposta fácil, muitas vezes ouvida, que consistiria em dizer que a ausência da veste é o sinal de uma negligência, uma infidelidade. Para entrar no Reino, seria preciso estar limpo e asseado. Mas a parábola não diz em nenhum lugar que o convidado expulso estava em roupa de trabalho ou de blue-jeans. E não é preciso ter as mãos limpas para entrar nesse Reino; aliás, Jesus diz que os pecadores e as prostitutas nos precederão por lá.

Qual é, afinal, esta roupa de casamento? São Paulo no-lo diz: é a roupa nova do homem novo, criado em Jesus Cristo: ele é Jesus Cristo. É preciso que nos despojemos radicalmente do homem velho e de suas pretensões, tal como de uma roupa usada, e nos revestir, como uma roupa estalando de novo, do próprio Jesus Cristo, a humildade de sua cruz e a força de sua ressurreição.

O Rei só tolera entre os convivas – pouco importa que sejam bons ou maus – aqueles que apresentam os traços de seu Filho. Aqueles que aceitam ser eleitos e bem-amados no único Eleito e o único Bem-Amado: Jesus.

E quais são os traços de Jesus? São Paulo os desenha para nós, em outra passagem: ‘Como eleitos de Deus e seus bem-amados, revesti-vos de terna compaixão, de bondade, de humildade, de doçura, de paciência; perdoai-vos mutuamente; o Senhor vos perdoou’.

O rosto de Jesus é a doce piedade, é a misericórdia sem limites para com nossos irmãos. Eis a veste nupcial, a única que Deus poderá reconhecer na hora do festim, se um dia experimentamos a doce piedade de Deus, e se a pudemos espalhar à nossa volta, como humilde amor, sobre nossos irmãos.”

 

Orai sem cessar: “Felizes os convidados para a ceia do Cordeiro!” (Ap 19,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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