Liturgia de 10 de agosto de 2020

SEGUNDA FEIRA – SÃO LOURENÇO – DIÁCONO E MÁRTIR

(vermelho, glória, pref. dos mártires – ofício da festa)

Antífona da entrada

- São Lourenço entregou-se a si mesmo ao serviço da Igreja. Foi digno de sofrer o martírio e de subir com alegria para junto do Senhor Jesus.  (Sl 73,20.19.22).

 

Oração do dia

 

-  Ó Deus, o vosso diácono Lourenço, inflamado de amor por vós, brilhou pela fidelidade no vosso serviço e pela glória do martírio; concedei-nos amar o que ele amou e praticar o que ensinou. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 2Cor 9,6-10

 

- Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 6“Quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza”. 7Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus “ama quem dá com alegria”.
8Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para toda obra boa, 9como está escrito: “Distribuiu generosamente, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre”. 10Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 112,1-2.5-6.7-8.9 (R: 5a)

 

- Feliz o homem caridoso e prestativo!

R: Feliz o homem caridoso e prestativo!


- Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos!

R: Feliz o homem caridoso e prestativo!


- Feliz o homem caridoso e prestativo, que resolve seus negócios com justiça. Porque jamais vacilará o homem reto, sua lembrança permanece eternamente!

R: Feliz o homem caridoso e prestativo!


- Ele não teme receber notícias más: confiando em Deus, seu coração está seguro. Seu coração está tranquilo e nada teme, e confusos há de ver seus inimigos.

R: Feliz o homem caridoso e prestativo!


- Ele reparte com os pobres os seus bens, permanece para sempre o bem que fez, e crescerão a sua glória e seu poder.

R: Feliz o homem caridoso e prestativo!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida

(Jo 8,12).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 12,24-26

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 24“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto. 25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

Se morre, produz muito fruto... (Jo 12,24-26)

O ensinamento de Jesus de Nazaré se vale de uma realidade do mundo físico – a semente que é enterrada para dar origem a uma nova planta – para sustentar o aparente absurdo de aceitar “morrer” para chegar à “vida”. De fato, a cidade de Deus, quando contraposta à cidade dos homens, oferece muitos paradoxos...

Eis o comentário do exegeta Louis Bouyer: “A imagem do grão que permanece sozinho caso não morra, mas que dá muito fruto se ele morrer, introduz um duplo ensinamento. A Glória de Cristo consiste em comunicar aos homens a Luz e a Vida que nele estão, mas somente tomando sobre si mesmo toda a obscuridade e toda a fragilidade da “carne” deles é que Cristo pode cumprir com essa comunicação para a qual ele veio a nós. Se ele não morre, permanece sozinho”.

Prossegue Bouyer: “E isto também é verdade para aqueles aos quais ele oferece o dom de Deus. A Vida que se manifesta em Cristo como o amor que se dá, não pode manifestar-se diferentemente neles. Tanto para os servos quanto para o Senhor, somente se salvam ao se doarem a ponto de se perderem. Ali por onde passou o Mestre, é por ali que os seus também devem passar: pela morte como pela glória (entre as quais, aqui, mais do que nunca, São João não faz distinção)”.

Aqui e ali - e cada vez com mais frequência e ênfase mais forte - prega-se um cristianismo “útil”, prático, pragmático, uma religião que nos facilita adquirir coisas, juntar dinheiro, reunir poder. “Depois que vim para esta Igreja, pude comprar um carro novo...” Trata-se de uma religião em que se imagina chegar à “glória” sem passar pela cruz. E – o pior de tudo – a “glória” pode ser reduzida a um novo emprego ou a um carro zero...

Ora, não é esta a destinação que Deus tem para nós. Pouco antes de sua Paixão, em plena consciência do “fim” que lhe está reservado, Jesus Cristo sabe que também nós passaremos por um julgamento, que consiste simplesmente em aderir à sua cruz ou em rejeitá-la. E dessa escolha depende nossa salvação eterna.

No céu, não vamos precisar de carros importados ou de casas na praia. E cristãos como o Padre Kolbe, Madre Teresa, Albert Schweitzer e Dietrich Bonhoeffer, já nos mostraram como se pode morrer para chegar à glória...

Orai sem cessar: “Verei a bondade do Senhor na terra dos vivos”. (Sl 27,13)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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