Liturgia de 04 de agosto de 2020

TERÇA FEIRA – SÃO JOÃO VIANNEY – PRESBÍTERO E CONFESSOR

(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)

Antífona da entrada

 

- Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com inteligência e sabedoria (Jr 3,15).

 

Oração do dia

 

- Deus de poder e misericórdia, que tornastes são João Maria Vianney um pároco admirável por sua solicitude pastoral, dai-nos, por sua intercessão e exemplo, conquistar no amor de Cristo os irmãos e irmãs para vós e alcançar com eles a glória eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Jr 30,1-2.12-15.18-22

 

- Leitura do livro do profeta Jeremias: 1Palavra que foi dirigida a Jeremias, da parte do Senhor: 2“Isto diz o Senhor, Deus de Israel: Escreve para ti, num livro, todas as palavras que te falei. 12Isto diz o Senhor: Incurável é tua ferida, maligna tua chaga; 13não há quem conheça teu diagnóstico; uma úlcera tem remédio, mas em ti não se produz cicatrização. 14Todos os teus amigos te esqueceram, não te procuram mais; eu te causei uma ferida, como se fosses inimigo, como um castigo cruel: por causa do grande número de maldades que te fez endurecer no pecado. 15Por que gritas em teu sofrimento? É insanável a tua dor. Eu te tratei com rudeza por causa das tuas inúmeras maldades e por causa do teu endurecimento no pecado. 18Isto diz o Senhor: Eis que eu mudarei a sorte das tendas de Jacó e terei compaixão de suas moradias, a cidade ressurgirá das suas ruínas e a fortaleza terá lugar para suas fundações; 19de lá sairão cânticos de louvor e sons festivos. Hei de multiplicá-los, eles não diminuirão, hei de glorificá-los, eles não serão humilhados. 20Teus filhos serão felizes como outrora, e sua Comunidade, estável na minha presença; e agirei contra todos os que os molestarem. 21Para chefe será escolhido um dos seus, e o soberano sairá do seu meio; eu o incitarei, e ele se aproximará de mim. Quem dará a vida em penhor da sua aproximação de mim? – diz o Senhor. 22Sereis meu povo e eu serei vosso Deus.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 102, 16-18.19-21.29.22-23 (R: 20b)

 

- O Senhor olhou a terra do alto céu.

R: O Senhor olhou a terra do alto céu.


- As nações respeitarão o vosso nome, e os reis de toda a terra, a vossa glória; quando o Senhor reconstruir Jerusalém e aparecer com gloriosa majestade, ele ouvirá a oração dos oprimidos e não desprezará a sua prece.

R: O Senhor olhou a terra do alto céu.


- Para as futuras gerações se escreva isto, e um povo novo a ser criado louve a Deus. Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, e o Senhor olhou a terra do alto céu, para os gemidos dos cativos escutar e da morte libertar os condenados.

R: O Senhor olhou a terra do alto céu.


- Assim também a geração dos vossos servos terá casa e viverá em segurança, e ante vós se firmará sua descendência. Para que cantem o seu nome em Sião e louve ao Senhor Jerusalém, quando os povos e as nações se reunirem e todos os impérios o servirem.

R: O Senhor olhou a terra do alto céu.

 

 Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Mestre, tu és o Filho de Deus, és rei de Israel! (Jo 1,49).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 15,1-2.10-14

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- 1Naquele tempo, alguns fariseus e mestres da Lei, vindos de Jerusalém, aproximaram-se de Jesus, e perguntaram: 2“Por que os teus discípulos não observam a tradição dos antigos? Pois não lavam as mãos quando comem o pão!” 10Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai e compreendei. 11Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca, isso é que torna o homem impuro”. 12Então os discípulos se aproximaram e disseram a Jesus: “Sabes que os fariseus ficaram escandalizados ao ouvir as tuas palavras?” 13Jesus respondeu: “Toda planta que não foi plantada pelo meu Pai Celeste será arrancada. 14Deixai-os! São cegos guiando cegos. Ora, se um cego guia outro cego, os dois cairão no buraco”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

Ficaram indignados... (Mt 15,1-2.10-14)

Este Evangelho registra a indignação dos homens da Lei judaica diante da pregação de Jesus de Nazaré, que opunha ao ensino moralista e casuístico dos fariseus uma atitude de ampla liberdade, reconduzindo a prática religiosa ao essencial e libertando-a das picuinhas com que os maus mestres envenenavam o povo.

E a reação de Jesus diante dessa indignação raia pelo desprezo: “Deixai-os!” É o mesmo que dizer: “Esqueçam essa gente! Joguem fora esse ensinamento!” Com isso, os “mestres de Israel” (cf. Jo 3,10) caíam em descrédito e perdiam sua pretensa autoridade moral e espiritual junto à população.

Em nossos dias, repete-se o triste cenário dos pregadores que reduzem a Boa Nova de Jesus a um conjunto de fórmulas e receitas prontas que apenas contribuem para tornar distante e antipático o Filho de Deus que deu sua vida por nós. Aquele que veio como libertador acaba apresentado como uma camisa de força. Troca-se o fiel animado pela liberdade do Espirito Santo por uma espécie de múmia sem alma e sem coração.

Jesus prega um “Evangelho do coração”, uma lei interior justificada pelo amor, livre de quinquilharias que só servem para conservar o crente em vidros de formol. Jesus troca a pureza ritual, buscada em gestos exteriores, pela pureza do coração.

O biblista Hébert Roux comenta: “Aqui, como na maior parte dos textos evangélicos, o coração designa o ser humano enquanto dotado de vontade e capaz de dedicação e afeto. O erro dos fariseus e de suas prescrições formalistas consiste em crer que a impureza é exterior ao homem, e que é possível preservar-se dela graças a algumas precauções e cerimônias. Sua prática ritual tem por efeito produzir uma falsa obediência e uma falsa liberdade, pois elas submetem as almas a alguma coisa que não é Deus; favorecem o afastamento do coração que se considera livre de dívida, a baixo preço, em relação às reais exigências da Lei”.

De fato, em nosso encontro definitivo, o Senhor não vai perguntar se lavamos as mãos antes do jantar, mas se viemos para o festim nupcial com o coração cheio de amor e de misericórdia. E a misericórdia prevalecerá sobre as mãos sujas...

Orai sem cessar: “É para a liberdade que Cristo nos libertou...” (Gl 5,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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