Liturgia de 23 de junho de 2020

TERÇA FEIRA – XII SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- O Senhor é a força do seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos.  (Sl 27.8)

Oração do dia

 

- Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 2Rs 19,9b-11.14-21.31-35a.36

 

- Leitura do segundo livro dos Reis: Naqueles dias, 9bSenaquerib, rei da Assíria, enviou de novo mensageiros a Ezequias para dizer-lhe: 10Não te seduza o teu Deus, em quem confias, pensando: Jerusalém não será entregue nas mãos do rei dos assírios. 11Porque tu mesmo tens ouvido o que os reis da Assíria fizeram a todas as nações e como as devastaram. Só tu te vais salvar?”
14Ezequias tomou a carta da mão dos mensageiros e leu-a. Depois subiu ao templo do Senhor, estendeu a carta diante do Senhor 15e, na presença do Senhor, fez a seguinte oração: “Senhor, Deus de Israel, que estás sentado sobre os querubins! Tu és o único Deus de todos os reinos da terra. Tu fizeste o céu e a terra. 16Inclina o teu ouvido, Senhor e ouve. Abre, Senhor, os teus olhos e vê. Ouve todas as palavras de Senaquerib, que mandou emissários para insultar o Deus vivo. 17É verdade, Senhor, que os reis da Assíria devastaram as nações e seus territórios; 18lançaram os seus deuses ao fogo, porque não eram deuses, mas obras das mãos dos homens, de madeira e pedra; por isso os puderam destruir. 19Mas agora, Senhor, nosso Deus, livra-nos de suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus”. 20Então Isaías, filho de Amós, mandou dizer a Ezequias: “Assim fala o Senhor, Deus de Israel: Ouvi a prece que me dirigiste a respeito de Senaquerib, rei da Assíria. 21Eis o que o Senhor disse dele: A virgem filha de Sion despreza-te e zomba de ti. A filha de Jerusalém meneia a cabeça nas tuas costas. 31Pois um resto sairá de Jerusalém, e sobreviventes, do monte Sião. Eis o que fará o zelo do Senhor todo-poderoso. 32Por isso, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Ele não entrará nesta cidade, nem lançará nenhuma flecha contra ela, nem a assaltará com escudo, nem a cercará com trincheira alguma. 33Pelo caminho, por onde veio, há de voltar, e não entrará nesta cidade, diz o Senhor. 34Protegerei esta cidade e a salvarei em atenção a mim mesmo e a meu servo Davi”. 35aNaquela mesma noite, saiu o Anjo do Senhor e exterminou no acampamento assírio cento e oitenta e cinco mil homens. 36Senaquerib, rei da Assíria, levantou acampamento e partiu. Voltou para Nínive e aí permaneceu.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 48,2-3a.3b-4.10-11 (R: 9d)

 

- O Senhor estabelece sua cidade para sempre.

R: O Senhor estabelece sua cidade para sempre.


- Grande é o Senhor e muito digno de louvores na cidade onde ele mora; seu Monte santo, esta colina encantadora, é a alegria do universo.

R: O Senhor estabelece sua cidade para sempre.


- Monte Sião, no extremo norte situado, és a mansão do grande Rei! Deus revelou-se em suas fortes cidadelas um refúgio poderoso.

R: O Senhor estabelece sua cidade para sempre.


- Recordamos, Senhor Deus, vossa bondade em meio a vosso templo; como vosso nome vai também vosso louvor aos confins de toda a terra.

R: O Senhor estabelece sua cidade para sempre.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 7,6.12-14

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 6Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis vossas pérolas aos porcos; para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem. 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas. 13Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! 14Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram”!

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Pela porta estreita... (Mt 7,6.12-14)

Um comentarista desta passagem do Evangelho classificou o conselho de Jesus como um “convite imperioso”. De fato, trata-se de um imperativo. Sabemos, sim, que Deus é o primeiro a respeitar a liberdade que ele mesmo nos quis dar. Mas fica ressoando aos nossos ouvidos aquela ordem do Senhor do Banquete aos servos enviados às encruzilhadas para arrebanhar os trôpegos, os mendigos e aleijados: “Compelle intrare!” Isto é: “Obriga-os a entrar!”

É como se Deus, que é Pai, apaixonado por seus filhos, conhecendo as resistências que o pecado acumulou em nós, forçasse um pouco para nos levar à felicidade celeste. Ele sabe de nossa fraqueza, da infantilidade carnal que nos leva a ser seduzidos pelas purpurinas deste mundo, na ilusão de ser ouro puro...

Mas o Pai sabe que devemos fazer força e colaborar com sua Graça para chegar à salvação. O Apóstolo Paulo sabia disso. Por isso escreveu: “Todos os atletas se impõem muitas privações; e o fazem para alcançar uma coroa corruptível. Castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de ter pregado aos outros”. (1Cor 9,25.27.)

De fato, quem se permite todos os prazeres, todas as facilidades,

buscando fazer sempre a própria vontade e seguindo suas inclinações naturais, este optou pela porta larga: “a via que leva à perdição”. Todos os mestres espirituais sempre ensinaram que é preciso morrer para nós mesmos, se é que queremos fazer a vontade de Deus. Esta é exigente, supõe uma permanente superação de nossas más tendências e inclinações naturais.

Hoje, a vida ascética é objeto de risos e zombarias. Talvez isto se explique por excessos cometidos em sacrifícios artificiais, como misturar cinza à própria comida, ou exagerar em jejuns que acabam com a saúde e inabilitam para a missão. Mas o exercício de abrir mão de nossas preferências, obedecendo a Deus nos pais e superiores, continua válido como escola de santidade.

Não é possível seguir a Jesus quando nós somos nosso próprio “deus”. O caminho do Calvário, paradoxalmente, é uma “subida para baixo”: humilhar-se, rebaixar-se, ceder a vez, assumir as tarefas que todos rejeitaram. Os santos viveram assim. Isto explica que os intelectuais e acadêmicos tenham tal alergia pela leitura da vida dos santos, tão ao gosto do povo simples...

E eu? Que estrada estou seguindo? A free-way da minha vontade própria? Ou o trilho pedregoso da vontade de Deus?

Orai sem cessar: “Senhor, faz-me viver em teus caminhos!” (Sl 119, 37)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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