Liturgia de 14 de junho 2020

DOMINGO DA XI SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde, glória, creio - III semana do saltério)

Antífona da entrada

- Ouvi, Senhor, a voz do meu apelo, tende compaixão de mim e atendei-me; vós sois meu protetor, não me deixeis; não me abandoneis, ó Deus, meu salvador! (Sl 26,7.9)

Oração do dia

- Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ez 19, 2-6a


- Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, os israelitas, 2partindo de Rafidim, chegaram ao deserto do Sinai, onde acamparam. Israel armou aí suas tendas, defronte da montanha. 3Moisés, então, subiu ao encontro de Deus. O Senhor chamou-o do alto da montanha, e disse: “Assim deverás falar à casa de Jacó e anunciar aos filhos de Israel: 4Vistes o que fiz aos egípcios, e como vos levei sobre asas de águia e vos trouxe a mim. 5Portanto, se ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim a porção escolhida dentre todos os povos, porque minha é toda a terra. 6aE vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 100, 2-3.5. (R: 3C)

- Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.

R: Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.

- Aclamai o Senhor, ó terra inteira, servi ao Senhor com alegria, ide a ele cantando jubilosos!

R: Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.

- Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, Ele mesmo nos fez, e somos seus, nós somos seu povo e seu rebanho.

R: Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.

- Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente!

R: Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.

2ª Leitura: Rm, 5,6-11


- Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos: 6Quando éramos ainda fracos, Cristo morreu pelos ímpios, no tempo marcado. 7Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa muito boa, talvez alguém se anime a morrer. 8Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores. 9Muito mais agora, que já estamos justificados pelo sangue de Cristo, seremos salvos da ira por ele. 10Quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com ele pela morte do seu Filho; quanto mais agora, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida! 11Ainda mais: Nós nos gloriamos em Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. É por ele que, já desde o tempo presente, recebemos a reconciliação.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- O reino do céu está perto! Convertei-vos, irmãos, é preciso! Crede todos no evangelho! (Mc 1,15).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 9,36-10,8


 - O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 36vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37”A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” 10,1Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. 2Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu Irmão João; 3Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. 5Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! 6Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Encheu-se de compaixão... (Mt 9,36 – 10,8)

Vai longe o tempo em que Deus era apresentado como um ser ameaçador: - “Papai do céu não gosta de menino que faz coisa feia!” Alguém resolveu ler o Evangelho e viu que o pai recebe o filho pródigo com beijos e anéis e música e churrasco. E descobriu que o Pastor abandona 99 ovelhas no deserto para recuperar a centésima perdida no atoleiro. E viu – surpreso! – que o Pai entregava à morte o próprio Filho para nos salvar do caos eterno...

Este Evangelho confirma para nós que, desde a Encarnação, Deus tem “entranhas de misericórdia”, sente um frio na barriga diante do abandono de seu povo, derrama a taça de seu sangue para todos tenham vida.

Hébert Roux comenta esta passagem: “A multidão se espanta, se entusiasma, se apressa para ver e para ouvir, mas não sabe que Jesus está ali ‘por causa dela’. Ela se mostra ‘cansada e abatida como ovelhas que não têm pastor’. O sofrimento físico e material desses errantes que se prendem aos passos de Jesus é, para ele, o sinal de um sofrimento ainda mais profundo: ele revela o estado de abandono em que se encontra o povo de Deus, a casa de Israel privada de verdadeiros pastores.

Esta imagem, retomada e desenvolvida pelo 4º Evangelho (cf. João 10), seguramente é inspirada pelo Antigo Testamento: já se encontra no Livro dos Números, quando Moisés estabelece Josué como seu sucessor, ‘a fim de que a assembleia de Israel não seja como ovelhas que não têm pastor’ (Nm 27,17).

Assim, a compaixão de Jesus pelas multidões não é inspirada apenas por uma piedade humanitária, mas se identifica com a misericórdia de Deus para com seu povo, em favor do qual se manifesta agora a suprema compaixão pela vinda do Messias: ‘As entranhas de misericórdia de nosso Deus se emocionaram’, declara o cântico de Zacarias (cf. Lc 1,78).

Esta evocação profética e messiânica chama por outra: a da colheita, frequentemente empregada pelo Antigo Testamento para descrever a vinda do “Dia do Eterno” e seu julgamento (cf. Is 9,2; Jr 51,33; Jl 3,13). Também João Batista compara o Messias a um ceifador que ‘recolhe seu trigo nos celeiros’ (Mt 3,12), e as parábolas do capítulo 13 nos mostram que também Jesus identificou o tempo da colheita com o ‘fim do mundo’ e a chegada do Reino.

É para não deixar que a colheita se perca que Jesus convoca e envia seus apóstolos. Iremos nós?

Orai sem cessar: Se pai e mãe me abandonam, acolhe-me o Senhor!”  (Sl     27,10)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.