Liturgia de 11 de junho de 2020

QUINTA FEIRA – CORPO E SANGUE DE CRISTO

(branco, glória, sequência (facultativa), creio, pref. próprio - ofício da solenidade)

Antífona da entrada

 

- O Senhor alimentou seu povo com a flor do trigo e com o mel do rochedo o saciou (Sl 80,17).

Oração do dia

 

- Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento nos deixastes o memorial da vossa paixão. Dai-nos venerar com tão grande amor o mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Dt 8,2-3.14b-16a

 - Leitura do livro do Deuteronômio: Moisés falou ao povo, dizendo: 2Lembra-te de todo o caminho por onde o Senhor teu Deus te conduziu, esses quarenta anos, no deserto, para te humilhar e te pôr à prova, para saber o que tinhas no teu coração, e para ver se observarias ou não seus mandamentos. 3Ele te humilhou, fazendo-te passar fome e alimentando-te com o maná que nem tu nem teus pais conhecíeis, para te mostrar que nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca do Senhor. 14bNão te esqueças do Senhor teu Deus que te fez sair do Egito, da casa da escravidão, 15e que foi teu guia no vasto e terrível deserto, onde havia serpentes abrasadoras, escorpiões, e uma terra árida e sem água nenhuma. Foi ele que fez jorrar água para ti da pedra duríssima, 16ae te alimentou no deserto com maná, que teus pais não conheciam.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 148,12-13.14-15.19-20 (R: 12)

- Glorifica o Senhor, Jerusalém; celebra teu Deus, ó Sião!

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém; celebra teu Deus, ó Sião!


- Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém; celebra teu Deus, ó Sião!


- A paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém; celebra teu Deus, ó Sião!


- Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos e suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.

R: Glorifica o Senhor, Jerusalém; celebra teu Deus, ó Sião!

2ª Leitura: 1Cor 10,16-17

- Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos: 16O cálice da bênção, o cálice que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo? 17Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Sequência.

- Eis o pão que os anjos comem transformado em pão do homem; só os filhos o consomem: não será lançado aos cães!

- Em sinais prefigurado, por Abraão foi imolado, no cordeiro aos pais foi dado, no deserto foi maná...

- Bom pastor, pão de verdade, piedade, ó Jesus, piedade, conservai-nos na unidade, extingui nossa orfandade, transportai-nos para o Pai!

- Aos mortais dando comida, dais também o pão da vida; que a família assim nutrida/ seja um dia reunida aos convivas lá do céu!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu sou o pão vivo descido do céu, quem desse pão come, sempre há de viver! (Jo 6,31).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 6,51-58

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus às multidões dos judeus: 51“Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”. 52Os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” 53Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que me recebe como alimento viverá por causa de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

Viverá eternamente... (Jo 6,51-58)

O narrador é Dom Claude Rault, Bispo do Saara argelino:

“Há muitos anos, um religioso que convivia com os moradores de um bairro muçulmano, em uma cidade do Paquistão, tinha sido detido e encarcerado devido a uma denúncia falsa.

Sua prisão iria durar muitos meses. Sendo o preso um leigo consagrado, não podia ali celebrar nem receber a Eucaristia. Era seu vizinho, um muçulmano de condição humilde, que regularmente levava-lhe a Comunhão em um envelope:

- Toma! – disse-lhe o muçulmano na primeira vez. Trago para ti o pão que te faz viver!

E o homem comprometeu-se a fazer regularmente esse vai e vem da paróquia cristã até a prisão. Ele sabia que aquele alimento era vital para seu amigo. E isto é tudo!”

Assim fica mais fácil entender o “discurso eucarístico” de Jesus, com as palavras que tantas vezes soam aos nossos ouvidos dispersos como uma lenda piedosa: “Eu sou o pão vivo que desci do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente”. (Jo 6,51)

A oferta gratuita de Jesus, que tanto escandalizou seus ouvintes (cf. Jo 6,60.66), é dar sua carne em alimento. Fazer-se alimento para ser assimilado e penetrar no metabolismo místico de sua Igreja. Depois de receber como dom amoroso o sangue humano de sua Mãe, Jesus deseja agora que participemos de uma transfusão vital, sem a qual a Igreja não passaria de um corpo inerte, sem vida, sem dinamismo para a missão.

O Filho de Deus se fez carne para que nossa humanidade seja transfigurada em idêntica encarnação. E aqui percebo o salto de qualidade entre um primata qualquer e os filhos de Deus que o Filho alimenta com seu Corpo e Sangue.

Na solenidade de Corpus Christi, a Igreja é desafiada não só a crer na “presença real” de Cristo nas espécies consagradas, mas também a deixar-se consagrar e transfigurar através da participação no banquete eucarístico. Graças à Comunhão, saltando da Liturgia para a vida, Cristo pode contemplar a Igreja e repetir as palavras de Adão (Gn 2,23): “Carne de minha carne... ossos de meus ossos...” E acrescentar: “Sangue de meu sangue...”

Orai sem cessar: “O Senhor lhes enviou pão com fartura.” (Sl 78,25)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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