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Liturgia de 09 de outubro de 2017

SEGUNDA FEIRA – XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde, glória, creio – II semana do saltério)

Antífona da entrada

 

- Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis, no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Jn 1,1-2,1.11


- Início da Profecia de Jonas: 1,1A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amati, que dizia: 2“Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe que sua perversidade subiu até a minha presença”.
3Jonas pôs-se a caminho, a fim de fugir para Társis, longe da presença do Senhor; desceu a Jope e encontrou um navio com destino a Társis, adquiriu passagem e embarcou com os outros passageiros para essa cidade, para longe da presença do Senhor. 4Mas o Senhor mandou um vento violento sobre o mar, levantando uma grande tempestade, que ameaçava destruir o navio. 5Tomados de pavor, os marinheiros começaram a gritar, cada qual a seu deus, e a lançar ao mar a carga do navio para o aliviar. Jonas havia descido ao porão do navio, deitara-se e dormia a sono solto. 6O chefe do navio foi vê-lo e disse: “Como! Tu dormes? Levanta-te e reza ao teu deus; talvez ele se lembre de nós, e não morramos”. 7Disseram entre si os marinheiros: “Vamos tirar a sorte, para saber por que nos acontece esta desgraça”. Lançaram a sorte, e esta caiu sobre Jonas. 8Disseram-lhe: “Explica-nos, por culpa de quem nos acontece esta desgraça? Qual é a tua ocupação e donde vens? Qual é a tua terra, de que povo és?” 9Ele respondeu: “Eu sou hebreu e temo o Senhor, Deus do céu, que fez o mar e a terra firme”. 10Aqueles homens ficaram possuídos de grande medo, e disseram: “Como é que fizeste tal coisa?” Pelas palavras dele, acabavam de saber que estava fugindo da presença do Senhor. 11Disseram então: “Que faremos contigo, para acalmar o mar?” Pois o mar enfurecia-se cada vez mais. 12Respondeu Jonas: “Tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar vos deixará em paz: eu sei que, por minha culpa, se desencadeou sobre vós esta grande borrasca”.  13Os marinheiros, à força de remar, tentavam voltar à terra, mas em vão, porque o mar cada vez mais se encapelava contra eles.
14Então invocaram o Senhor e rezaram: “Suplicamos-te, Senhor, não nos deixes morrer em paga pela vida deste homem, não faças cair sobre nós este sangue inocente; fizeste, Senhor, valer tua vontade”. 15Então, tomaram Jonas e atiraram-no ao mar; e cessou a fúria do mar. 16Invadiu esses homens um grande temor do Senhor, ofereceram-lhe sacrifícios e fizeram-lhe votos. 2,1Determinou o Senhor que um grande peixe viesse engolir Jonas; e ele ficou três dias no ventre do peixe. 11Então o Senhor fez o peixe vomitar Jonas na praia.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl (Jn) 2,2.3.4.5.8 (R: 7c)

- Retirastes minha vida do sepulcro, ó Senhor!

R: Retirastes minha vida do sepulcro, ó Senhor!


- Do fundo do abismo, do ventre do peixe, Jonas rezou ao Senhor, o seu Deus, a seguinte oração:

R: Retirastes minha vida do sepulcro, ó Senhor!


- Na minha angústia clamei por socorro, pedi vossa ajuda do mundo dos mortos e vós me atendestes.

R: Retirastes minha vida do sepulcro, ó Senhor!


- Senhor, me lançastes no seio dos mares, cercou-me a torrente, vossas ondas passaram com furor sobre mim.

R: Retirastes minha vida do sepulcro, ó Senhor!


- Então, eu pensei: eu fui afastado para longe de vós; nunca mais hei de ver vosso Templo sagrado.

R: Retirastes minha vida do sepulcro, ó Senhor!


- E quando minhas forças em mim acabavam, do Senhor me lembrei, chegando até vós a minha oração.

R: Retirastes minha vida do sepulcro, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Eu vos dou um novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado  (Jo 13,34)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lucas 10, 25-37


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 25um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” 26Jesus lhe disse: “Que está escrito na Lei? Como lês?” 27Ele então respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e a teu próximo como a ti mesmo!” 28Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. 29Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora deixando-o quase morto. 31Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. 32O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. 33Mas um samaritano que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. 34Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. 35No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: “Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais”. E Jesus perguntou: 36“Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” 37Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!


Liturgia comentada
Faze isto e viverás! (Lc 10,25-37)

Neste Evangelho, Jesus dialoga com um doutor da lei, isto é, um judeu especialista nos textos mosaicos, conhecidos como a “Torah”. O “legista” pergunta sobre o necessário para ter como herança a vida eterna. Jesus devolve-lhe a pergunta: - “O que está escrito na Lei?” Se Jesus de Nazaré não fosse tão educado, poderia ter dito: “Ora, você tem doutorado na Lei e não sabe a resposta?”

Mas o interlocutor, de fato, conhece bem seu texto. Prontamente ele repete o “Shemah”, recitado diariamente por um israelita fiel. E ali está o preceito de amar ao Senhor Deus de todo o coração [cardía], com toda a alma [psichê], com toda a inteligência [dianoia]. Um amor total, totalizante. E Jesus, antes de narrar a bela parábola do “bom samaritano” – exatamente um não judeu que pratica a “Shemah” de Israel! -, aponta ao doutor da lei: - “Faze isto e viverás!”

Aqui está o nosso problema: não podemos alegar ignorância da vontade de Deus. Desde a infância, os pais e mestres nos transmitiram as mesmas palavras: “amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”. Os Evangelhos – outrora restritos a raros pergaminhos – estão hoje publicados em centenas de idiomas, à disposição de todos. E exatamente por não ignorar os mandamentos, não temos como justificar seu descumprimento.

Em pauta, a neurose entre o conhecimento e a prática. E a resposta de Jesus deixa claro que não basta o conhecimento (como ensinavam os gnósticos) para chegar à salvação, mas é preciso dar o salto da teoria à prática, da letra ao espírito.

Assim, penso entender a mente daqueles que fogem do Evangelho como o diabo foge da cruz: é preferível manter-se na ignorância do que viver em permanente estado de culpa por não cumprir os preceitos já conhecidos. É como se gritassem: - “Não me ensinem o caminho, porque já decidi não caminhar por ele!” E não deixam de manifestar certo infantilismo, como o jovem que dá as costas para não ouvir o conselho do pai...

Uma consciência reta quer, sim, conhecer a Lei de Deus. E deseja esse conhecimento para, na obediência, pô-lo em prática e demonstrar seu amor por Aquele que nos dá a Lei. Afinal, um filho jamais irá considerar os preceitos paternos como um fardo, mas como preciosa âncora de salvação.

Orai sem cessar: “Senhor, faze-me viver nos teus caminhos!” (Sl 119,37)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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