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Liturgia de 31 de dezembro de 2018

SEGUNDA FEIRA DA OITAVA DO NATAL
(branco, glória, pref. do Natal - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Um menino nasceu para nós: um filho nos foi dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado “mensageiro do conselho de Deus” (Is 9,6).

Oração do dia

 

- Deus eterno e todo-poderoso, que estabelecestes o princípio e a plenitude de toda a religião na encarnação do vosso Filho, concedei que sejamos contados entre os discípulos, daquele que é toda a salvação da humanidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1Jo 2, 18-21

- Leitura da primeira carta de são João: 18Filhinhos, esta é a última hora. Ouvistes dizer que o An­ticristo virá. Com efeito, muitos anticristos já apareceram. Por isso, sabemos que chegou a última hora. 19Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos, pois se fossem realmente dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas era necessário ficar claro que nem todos são dos nossos. 20Vós já recebestes a unção do Santo, e todos tendes conhecimento. 21Se eu vos escrevi, não é porque ignorais a verdade, mas porque a conheceis, e porque nenhuma mentira provém da verdade.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 96,1-2.11-12.13 (R: 11a)

O céu se rejubile e exulta a terra! 

R: O céu se rejubile e exulta a terra!

 

- Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!

Cantai e bendizei seu santo nome! Dia após dia anunciai sua salvação.

R: O céu se rejubile e exulta a terra!

 

- O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas.

R: O céu se rejubile e exulta a terra!

 

- Na presença do Senhor, pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira.

Governará o mundo todo com justiça, e os povos julgará com lealdade.

R: O céu se rejubile e exulta a terra!

 

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia

 

 - A palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos os que a acolheram, de Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 1,1-18

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

- Glória a vós, Senhor!  


- 1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio, estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornar filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho uni­gênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!  

 

 

Liturgia comentada
E habitou entre nós... (Jo 1,1-18)

A antiga profecia falava de uma Virgem que daria à luz um menino, como sinal de que Deus estava presente e acompanhava os caminhos do povo da Aliança. E o nome do menino seria Emanuel, isto é, Deus conosco. É comum traduzir este nome profético (pois aponta a descida do Verbo ao nosso mundo) apenas em sentido social: Deus entre nós, no meio do povo. Mas é muito mais amplo e profundo o sentido do nome Emanuel: Deus-conosco quer dizer Deus-em-nós, na carne dos humanos. Com certeza, desde a Anunciação – quando Maria ouviu do Anjo Gabriel: “O Senhor está contigo” -, tão logo disse seu sim, Maria teve consciência de que Deus estava em seu íntimo de forma palpável. Estava cumprida a promessa do Emanuel...

Diferente daquela “presença” do Antigo Testamento, quando Deus se “mostrava” na sarça ardente, na nuvem luminosa, nos trovões do Sinai, agora vê-se a presença corporal, pois o Filho de Deus se encarnou e nasceu de Mulher.

Não podemos imaginar o cenário de Belém, quando dormia sobre a palha da manjedoura um Menino que era Deus, mas tinha um corpo de homem. Não sabemos recuperar aquele olhar de Maria sobre o recém-nascido, pura contemplação do Deus encarnado. No máximo, nos aproximamos disso, quando fitamos Jesus eucarístico presente na Hóstia consagrada. De qualquer modo, o verbo grego que traduzimos por “habitou entre nós” – eskénosen – esconde em seu interior a palavra “tenda” – skéne. E eu gosto de pensar que Deus se agradou de nós a tal ponto, que veio acampar conosco, fincando definitivamente em nosso solo humano a sua barraca, a sua tenda.

Podemos encerrar o ano com o hino natalino composto por Santo Afonso de Ligório – “Tu scendi dalle stelle” -e traduzido por Dom Marcos Barbosa, OSB:

Desceste das estrelas, Rei celeste,
e à gruta escura e fria tu vieste:
ó divino Pequenino, eu te vejo aqui tremer,
Deus encarnado...
O quanto te custou me haver amado!

 

Tu, que plasmaste a terra e o céu fizeste,
faltam-te, agora, ó Deus, coberta e veste.
Ó querido estremecido, a que extremos queres vir:
esta pobreza mostra, do teu amor, toda a riqueza.

 

Orai sem cessar: “Nasceu para nós um menino!” (Is 9,5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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