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Liturgia de 06 de novembro de 2017

SEGUNDA FEIRA – XXXI SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde, ofício do dia da – III semana )

Antífona da entrada

 

- Não me abandoneis jamais, Senhor, meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vinde em meu auxílio, ó Senhor, minha salvação! (Sl 37,22).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Rm 11,29-36

 

- Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos: Irmãos, 29os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. 30Outrora, vós fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia, em consequência da desobediência deles. 31Assim são eles agora os desobedientes, para que, em consequência da misericórdia usada convosco, alcancem finalmente misericórdia. 32Com efeito, Deus encerrou todos os homens na desobediência, a fim de exercer misericórdia para com todos. 33A profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos! 34De fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? 35Ou quem se antecipou em dar-lhe alguma coisa, de maneira a ter direito a uma retribuição? 36Na verdade, tudo é dele, por ele, e para ele. A ele, a glória para sempre. Amém!

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 69,30-31.33-34.36-37 (R: 14c)

 

- Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!

R: Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!


- Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus! Cantando eu louvarei o vosso nome e agradecido exultarei de alegria!

R: Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!


- Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não despreza o clamor de seus cativos.

R: Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!


- Sim, Deus virá e salvará Jerusalém, reconstruindo as cidades de Judá, onde os pobres morarão, sendo seus donos. A descendência de seus servos há de herdá-las, e os que amam o santo nome do Senhor dentro delas fixarão sua morada!

R: Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Se guardais minha palavra, diz Jesus, realmente vós sereis os meus discípulos (Jo 8,31).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 14,12-14

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, 12dizia Jesus ao chefe dos fariseus que o tinha convidado: “Quando deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos nem teus irmãos nem teus parentes nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. 13Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. 14Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!   

 

 

Liturgia comentada

Convida os pobres! (Lc 14,12-14)

Como de costume, o ensino de Jesus a seus discípulos vai na contramão do “homem natural”. Homem natural? Paulo bem o descreve: rivalidades, contendas, associação com os poderosos, apego aos bens, avareza, cupidez... E o apóstolo ainda rebate: “O homem natural não aceita aquilo que é do Espírito de Deus, pois isso lhe parece loucura” (1Cor 2,14).

Esta lição de Jesus, no Evangelho de hoje, tem como eixo a oposição interesse X gratuidade. O “interesseiro” até pode fazer o bem, mas sempre de olho na retribuição. Esta pode ser o aplauso do público, o sorriso do amigo, o apoio dos poderosos, um polpudo salário e, quem diria, um lotezinho no céu após a morte... Trata-se de um sério convite a reavaliar a motivação de nossa conduta, a razão de nossas atitudes.

Jesus diz que serei feliz quando o bem que eu fizer não receber alguma espécie de paga ou retribuição. Daí o imperativo de convidar o pobre, pois este não terá como retribuir o bem recebido. Quando Madre Teresa deixou o conforto de seu colégio para cuidar dos mendigos de Calcutá, ela sabia que não deveria esperar nada em troca. Na verdade, acabou amada pelos pobres e... ganhou o Prêmio Nobel da Paz!

Bem, às vezes, temos surpresas. Um amigo nosso, professor da PUC, vivia chocado com a cena diária na entrada da capela de Santo Antônio, em Belo Horizonte, esquina de São Paulo com Amazonas. Ali, no pórtico da igreja mais antiga da capital mineira, dezenas de mendigos ficavam prostrados à espera de uma esmola, alguns com feridas expostas. Final de ano, nosso amigo teve a inspiração de organizar uma ceia de Natal para eles. Seria – pensava ele – uma oportunidade de se sentirem amados, alvo da atenção das pessoas. Ao convidá-los, porém, ouviu como resposta dos mendigos: - “Infelizmente, não posso ir... Se eu sair daqui, vou perder o meu ponto...”

Penso que a conclusão é esta: há pobres e pobres... A pobreza material sem a pobreza espiritual continua fechada aos dons de Deus e ao amor dos homens. O medo de perder – ainda que seja o “ponto” de pedir esmolas – impede nossa entrega e nosso abandono a Deus e ao próximo.

Madre Teresa ensinava suas religiosas: “Sermos pobres significa sermos livres, tão livres a ponto de não sermos possuídos pelos nossos haveres, tão livres que nossos bens não nos controlem, nem nos impeçam de partilhá-los e dá-los aos outros”.

E disse mais: “A pobreza é o nosso dote. Quanto menos possuímos, mais podemos dar. Quanto mais temos, menos damos. Não há complicações; entretanto, nós complicamos tanto a nossa vida, com tantos badulaques”.

É assim que o convite de Jesus acaba recusado por tanta gente...

Orai sem cessar: “Este pobre clamou e o Senhor o ouviu”. (Sl 34,7)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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