F Formação

Os sinais do pão e do vinho (CIC § 1333 A 1336)

III. A Eucaristia na economia da salvação (Como se situa a Eucaristia no desígnio da salvação)

Encontram-se no cerne da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua fazendo, em sua memória, até a sua volta gloriosa, o que ele fez na véspera de sua paixão: “Tomou o pão...” “Tomou o cálice cheio de vinho...” Ao se tornarem misteriosamente o Corpo e o Sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação. Assim, no ofertório damos graças ao Criador pelo pão e pelo vinho [Cf. Sl 104,13-15] , fruto “do trabalho do homem”, mas antes “fruto da terra” e “da videira”, dons do Criador. A Igreja vê neste gesto de Melquisedec, rei e sacerdote, que “trouxe pão e vinho” (Gn 14,18), uma prefiguração de sua própria oferta [Cf. MR, Cânon Romano 95: "Supra quae"] .Nosso Senhor Jesus Cristo ao instituir a Eucaristia na Última Ceia utilizou o pão e o vinho. A Igreja continua a repetir o que seu Mestre fez. O pão é o alimento mais simples e mais essencial à maioria da humanidade. Logo após o pecado original Deus disse ao homem: "comerás o pão com o suor do teu rosto" (Gn 3,19). O pão tornou-se assim o símbolo da vida humana. Ao ser utilizado como "matéria", ou seja, como sinal sensível da Eucaristia, lembra-nos que assim como o pão é básico para nossa vida física, a Eucaristia também deve ser o alimento fundamental da nossa vida espiritual. Por outro lado o pão será fonte de bênção e não é apenas fruto do sacrifício humano, do castigo pela revolta contra Deus. E comotrabalhamos para cultivar o pão e o vinho: precisando arar a terra, semear, cultivar, colher, etc. "Todo esse esforço é apresentado a Deus na missa. [Veja meu irmão e irmã,] que festa do trabalho é a Santa Missa! " (Conf. Mons. Teixeira Penido).O pão e o vinho, "frutos da terra", não são produtos brutos, são os "frutos do nosso trabalho".Ao oferecermos a Deus o pão e o vinho para serem "transformados" em seu Corpo e Sangue, é a nossa atividade manual e intelectual, é a nossa história humana que Lhe oferecemos e que o Senhor torna parte integrante ao seu sacrifício para dar-lhes uma dimensão divina e eterna.Com isso prezado ouvinte, você entende por que se utiliza o pão e vinho na Missa. Esses "frutos da terra e do nosso trabalho" têm um significado especial em nossa história como povo de Deus. E Jesus aproveitou esses alimentos e deu-lhes um sentido pleno e insuperável: tornou-os seu Corpo e Sangue, vida de todo aquele que caminha nesta terra.Para refletir:Amigo(a) ouvinte, a figura de Melquisedeque que é citada no parágrafo em questão, oferecendo pão e vinho, é comparada ao Messias, rei e sacerdote que viria instituir um novo tipo de sacerdócio. Portanto há um certo paralelismo entre Cristo e Melquisedec.Para ficar conosco, Cristo se ocultou. Durante Sua vida terrena, Ele era visto como homem. A hóstia é um pedacinho de pão. O prezado ouvinte sabe qual é a contestação mais freqüente contra a Eucaristia? É o testemunho dos nossos sentidos. Já ouvi pessoas dizerem: "Não vejo nem sinto nada na Eucaristia". Ora, quantas coisas existem sem que possamos vê-las ou senti-las!Nós aprendemos que a terra gira, no entanto temos até a impressão de que ela está parada.Os nossos sentidos dizem que o sol nasce todas as manhãs, isto não é verdade. Ele não nasce. Quando uma nuvem cobre o sol e não o vemos ele está lá.Porventura também não são como a nuvem as espécies de pão e de vinho que encobrem Jesus Eucarístico?Ao olharmos para os fios de telefone que cortam as nossas ruas em todas as direções, eles estão frios e mudos, e contudo neles vibram milhões de palavras humanas, mensagens, acordes de música, etc.Por acaso nós sentimos os milhões e milhões de células do nosso organismo? A fé significa ver ou sentir adesão à Palavra de Deus. Cristo disse: "Isto é o meu Corpo" e Ele tudo sabe e tudo pode, Ele é a Verdade e a Vida.

CIC § 1334Na antiga aliança, o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador. Mas eles recebem também um novo significado no contexto do êxodo: os pães ázimos que Israel come cada ano na Páscoa comemoram a pressa da partida libertadora do Egito; a recordação do maná do deserto há de lembrar sempre a Israel que ele vive do pão da Palavra de Deus [Cf. Dt 8,3] . Finalmente, o pão de todos os dias é o fruto da Terra Prometida, penhor da fidelidade de Deus às suas promessas. O “cálice de bênção” (1Cor 10,16), no fim da refeição pascal dos judeus, acrescenta à alegria festiva do vinho uma dimensão escatológica: da espera messiânica do restabelecimento de Jerusalém. Jesus instituiu sua Eucaristia dando um sentido novo e definitivo à bênção do Pão e do Cálice.Na Antiga Aliança, oferecia-se a Deus os primeiros frutos da terra (pão, vinho, etc) em sacrifício de louvor, de comunhão, reconhecimento ou como pedido de perdão.Esses sacrificios recebem um novo sentido no contexto do êxodo.Ao celebrar a Páscoa os judeus utilizam na ceia judaica pães ázimos (sem fermento), que devia lembrar a pressa com que eles saíram do Egito; pois as mulheres nem tiveram tempo de colocar o fermento na massa do pão.E dentro do rito da ceia propriamente dita, o pai de família tomava um dos pães ázimos, partia-o e distribuía-o dizendo: "Eis aqui o pão da miséria, que nossos pais comeram ao saírem doEgito"; porém, na Quinta-Feira Santa, Jesus, ao apresentar o pão consagrado a Seus discípulos, declarou: "Isto é o Meu Corpo, que é entregue por vós".Ainda dentro do rito da ceia judaica, ao fim de tudo, o pai de família tomava novo cálice de vinho proferia a ação de graças depois da refeição. E todos bebiam do mesmo cálice; era o "cálice da bênção". Também na Quinta-Feira Santa, por ocasião do terceiro cálice, Jesus proferiu as palavras: "Bebei dele todos, pois isto é o Meu Sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para a remissão dos pecados" (Mt 26,27s); este era o cálice da bênção que passava de mãos em mãos. Vê-se portanto que Jesus, utilizando os ritos antigos, deu-lhes um novo significado.CIC § 1335O milagre da multiplicação dos pães, quando o Senhor proferiu a bênção, partiu e distribuiu os pães a seus discípulos para alimentar a multidão, prefigura a superabundância deste único pão de sua Eucaristia [Cf. Mt 14,13-21; 15,32-39] . O sinal da água transformada em vinho em Caná [Cf. Jo 2,11] já anuncia a hora da glorificação de Jesus. Manifesta a realização da ceia das bodas no Reino do Pai, onde os fiéis beberão o vinho novo [Cf. Mc 14,25] , transformado no Sangue de Cristo.Prezado ouvinte, é muito interessante como Jesus preparou Seus discípulos, discursando sobre a Eucaristia na sinagoga de Carfanaum. São João narrou-o com riqueza e detalhes no capítulo seis do seu Evangelho. De início, Jesus realizou o milagre da multiplicação dos pães às margens do Mar da Galiléia.A multiplicação dos pães narrada por João (6,1-15), revela o poder de Jesus sobre o pão. Pouco antes da Páscoa, Jesus realiza esse milagre, prefigurando a Páscoa cristã e o mistério da Santíssima Eucaristia. O milagre, além de ser uma manifestação da misericórdia de Jesus para com os necessitados, é figura da Eucaristia, da qual o Senhor falará pouco depois.Jesus mostrou ao povo que era Deus, pois só Deus é capaz de tirar algo do nada. Mostrou que tinha o poder absoluto sobre o pão. Esse surgia e se multiplicava, pelo poder de Sua Palavra.O milagre denota o poder divino de Jesus sobre a matéria, e a generosidade com que o realiza, evoca a abundância dos bens messiânicos que os profetas tinham predito.No milagre das Bodas de Caná, em que Jesus, transformou seiscentos litros de água, em vinho da melhor qualidade, os Santos Padres viram no vinho de qualidade, reservado para o fim das bodas, e na abundância, uma figura do coroamento da História da Salvação. Também viram neste vinho bom do fim das bodas o prêmio e a alegria da vida eterna, que Deus concede àqueles que, querendo seguir Jesus Cristo, sofreram as amarguras e contrariedades desta vida.

CIC § 1336O primeiro anúncio da Eucaristia dividiu os discípulos, assim como o anúncio da paixão os escandalizou: “Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la?” (Jo 6,60). A Eucaristia e a cruz são pedras de tropeço. É o mesmo mistério, e ele não cessa de ser ocasião de divisão. “Vós também quereis ir embora?” (Jo 6,67). Esta pergunta do Senhor ressoa através dos séculos como convite de seu amor a descobrir que só Ele tem “as palavras da vida eterna” (Jo 6,68) e que acolher na fé o dom de sua Eucaristia é acolher a Ele mesmo."Ao entrar na sinagoga de Cafarnaum Jesus faz o primeiro anúncio da Eucaristia. Anuncia o milagre da Eucaristia: o pão se transformaria no Seu Corpo, para nosso alimento espiritual.É impressionante a pedagogia que Jesus usou com os discípulos, como soube prepará-los na véspera com os milagres da multiplicação dos pães e andando sobre as águas, para que eles pudessem aceitar o milagre da Eucaristia que Ele iria anunciar no dia seguinte.Na sinagoga Jesus começou o anúncio dizendo ao povo: "Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará" (Jo 6,27). E continuou: "Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo" (Jo 6,33). E quando o povo lhe suplicou: "Senhor, dá-nos sempre deste pão!" (Jo 6,34), Jesus lhes disse: "Eu sou o pão da vida. Quem vem a Mim não terá mais fome, e quem crê em Mim nunca mais terá sede" (Jo 6,35). E repetia insistentemente: "Eu sou o pão da vida" (Jo 6,48); "Eu sou o pão que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente.E o pão, que Eu hei de dar, é a Minha Carne para a salvação do mundo" (Jo 6,51).O mais interessante no longo anúncio que Jesus fez sobre a Eucaristia, é a insistência a respeito da sua necessidade absoluta para nós. "Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,53-54).Jesus é a vida; quem O recebe na Eucaristia tem a garantia da vida eterna. Em seguida Jesus afirmou: "Aquele que de Mim se alimenta viverá por meio de Mim" (Jo 6,57). Esse "viverá por meio de Mim" deixa claro que Ele mesmo será nossa vida e a nossa força na caminhada terrena. Quem comunga vive por Ele, com a Sua força, luz, paz, sabedoria, pensamentos, etc. E Jesus quer enfatizar também a força da Sua presença na vida de quem O recebe na Eucaristia: "Quem se alimenta com a Minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em Mim e Eu nele" (Jo 6,56). Vivemos, assim, em perfeita comunhão e intimidade com Ele?Foi difícil para os discípulos entenderem o que Jesus dizia. A multidão começou até a se dispersar. Então Jesus pôs em cheque a fé dos Seus discípulos: "Vós também quereis ir embora?" (Jo 6,67). Ao que Pedro respondeu: "A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras da vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus" (Jo 6,68-69). Prezado ouvinte, você acha que Pedro tinha entendido tudo o que Jesus tinha anunciado? Certamente não! Pedro venceu pela fé. Mesmo sem entender tudo aquilo que Jesus acabava de dizer, no entanto, aceitou o que o Senhor tinha dito, já que Ele tinha provado ser o Santo de Deus.Também de mim e de você Jesus exige fé com relação à Eucaristia. O milagre da transubstanciação supera em muito a nossa inteligência e exige que creiamos porque Jesus nos revelou.Não há lugar mais fácil e propício para nos encontrarmos com Deus do que na Eucaristia. A iniciativa de vir até mim e você para sanar nossa fome e sede espiritual é dEle. Jesus vem para nos trazer vida, e vida que não acaba." (Cf. o Livro: Em Busca da Perfeição, Eu sou o pão da vida, pág. 104 e 105, Felipe R. Q. Aquino, ).Diácono Antonio CarlosComunidade Católica Nova AliançaEncontram-se no cerne da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua fazendo, em sua memória, até a sua volta gloriosa, o que ele fez na véspera de sua paixão: “Tomou o pão...” “Tomou o cálice cheio de vinho...” Ao se tornarem misteriosamente o Corpo e o Sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação. Assim, no ofertório damos graças ao Criador pelo pão e pelo vinho [Cf. Sl 104,13-15] , fruto “do trabalho do homem”, mas antes “fruto da terra” e “da videira”, dons do Criador. A Igreja vê neste gesto de Melquisedec, rei e sacerdote, que “trouxe pão e vinho” (Gn 14,18), uma prefiguração de sua própria oferta [Cf. MR, Cânon Romano 95: "Supra quae"] .Nosso Senhor Jesus Cristo ao instituir a Eucaristia na Última Ceia utilizou o pão e o vinho. A Igreja continua a repetir o que seu Mestre fez. O pão é o alimento mais simples e mais essencial à maioria da humanidade. Logo após o pecado original Deus disse ao homem: "comerás o pão com o suor do teu rosto" (Gn 3,19). O pão tornou-se assim o símbolo da vida humana. Ao ser utilizado como "matéria", ou seja, como sinal sensível da Eucaristia, lembra-nos que assim como o pão é básico para nossa vida física, a Eucaristia também deve ser o alimento fundamental da nossa vida espiritual. Por outro lado o pão será fonte de bênção e não é apenas fruto do sacrifício humano, do castigo pela revolta contra Deus. E comotrabalhamos para cultivar o pão e o vinho: precisando arar a terra, semear, cultivar, colher, etc. "Todo esse esforço é apresentado a Deus na missa. [Veja meu irmão e irmã,] que festa do trabalho é a Santa Missa! " (Conf. Mons. Teixeira Penido).O pão e o vinho, "frutos da terra", não são produtos brutos, são os "frutos do nosso trabalho".Ao oferecermos a Deus o pão e o vinho para serem "transformados" em seu Corpo e Sangue, é a nossa atividade manual e intelectual, é a nossa história humana que Lhe oferecemos e que o Senhor torna parte integrante ao seu sacrifício para dar-lhes uma dimensão divina e eterna.Com isso prezado ouvinte, você entende por que se utiliza o pão e vinho na Missa. Esses "frutos da terra e do nosso trabalho" têm um significado especial em nossa história como povo de Deus. E Jesus aproveitou esses alimentos e deu-lhes um sentido pleno e insuperável: tornou-os seu Corpo e Sangue, vida de todo aquele que caminha nesta terra.Para refletir:Amigo(a) ouvinte, a figura de Melquisedeque que é citada no parágrafo em questão, oferecendo pão e vinho, é comparada ao Messias, rei e sacerdote que viria instituir um novo tipo de sacerdócio. Portanto há um certo paralelismo entre Cristo e Melquisedec.Para ficar conosco, Cristo se ocultou. Durante Sua vida terrena, Ele era visto como homem. A hóstia é um pedacinho de pão. O prezado ouvinte sabe qual é a contestação mais freqüente contra a Eucaristia? É o testemunho dos nossos sentidos. Já ouvi pessoas dizerem: "Não vejo nem sinto nada na Eucaristia". Ora, quantas coisas existem sem que possamos vê-las ou senti-las!Nós aprendemos que a terra gira, no entanto temos até a impressão de que ela está parada.Os nossos sentidos dizem que o sol nasce todas as manhãs, isto não é verdade. Ele não nasce. Quando uma nuvem cobre o sol e não o vemos ele está lá.Porventura também não são como a nuvem as espécies de pão e de vinho que encobrem Jesus Eucarístico?Ao olharmos para os fios de telefone que cortam as nossas ruas em todas as direções, eles estão frios e mudos, e contudo neles vibram milhões de palavras humanas, mensagens, acordes de música, etc.Por acaso nós sentimos os milhões e milhões de células do nosso organismo? A fé significa ver ou sentir adesão à Palavra de Deus. Cristo disse: "Isto é o meu Corpo" e Ele tudo sabe e tudo pode, Ele é a Verdade e a Vida.

CIC § 1334Na antiga aliança, o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador. Mas eles recebem também um novo significado no contexto do êxodo: os pães ázimos que Israel come cada ano na Páscoa comemoram a pressa da partida libertadora do Egito; a recordação do maná do deserto há de lembrar sempre a Israel que ele vive do pão da Palavra de Deus [Cf. Dt 8,3] . Finalmente, o pão de todos os dias é o fruto da Terra Prometida, penhor da fidelidade de Deus às suas promessas. O “cálice de bênção” (1Cor 10,16), no fim da refeição pascal dos judeus, acrescenta à alegria festiva do vinho uma dimensão escatológica: da espera messiânica do restabelecimento de Jerusalém. Jesus instituiu sua Eucaristia dando um sentido novo e definitivo à bênção do Pão e do Cálice.Na Antiga Aliança, oferecia-se a Deus os primeiros frutos da terra (pão, vinho, etc) em sacrifício de louvor, de comunhão, reconhecimento ou como pedido de perdão.Esses sacrificios recebem um novo sentido no contexto do êxodo.Ao celebrar a Páscoa os judeus utilizam na ceia judaica pães ázimos (sem fermento), que devia lembrar a pressa com que eles saíram do Egito; pois as mulheres nem tiveram tempo de colocar o fermento na massa do pão.E dentro do rito da ceia propriamente dita, o pai de família tomava um dos pães ázimos, partia-o e distribuía-o dizendo: "Eis aqui o pão da miséria, que nossos pais comeram ao saírem doEgito"; porém, na Quinta-Feira Santa, Jesus, ao apresentar o pão consagrado a Seus discípulos, declarou: "Isto é o Meu Corpo, que é entregue por vós".Ainda dentro do rito da ceia judaica, ao fim de tudo, o pai de família tomava novo cálice de vinho proferia a ação de graças depois da refeição. E todos bebiam do mesmo cálice; era o "cálice da bênção". Também na Quinta-Feira Santa, por ocasião do terceiro cálice, Jesus proferiu as palavras: "Bebei dele todos, pois isto é o Meu Sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para a remissão dos pecados" (Mt 26,27s); este era o cálice da bênção que passava de mãos em mãos. Vê-se portanto que Jesus, utilizando os ritos antigos, deu-lhes um novo significado.CIC § 1335O milagre da multiplicação dos pães, quando o Senhor proferiu a bênção, partiu e distribuiu os pães a seus discípulos para alimentar a multidão, prefigura a superabundância deste único pão de sua Eucaristia [Cf. Mt 14,13-21; 15,32-39] . O sinal da água transformada em vinho em Caná [Cf. Jo 2,11] já anuncia a hora da glorificação de Jesus. Manifesta a realização da ceia das bodas no Reino do Pai, onde os fiéis beberão o vinho novo [Cf. Mc 14,25] , transformado no Sangue de Cristo.Prezado ouvinte, é muito interessante como Jesus preparou Seus discípulos, discursando sobre a Eucaristia na sinagoga de Carfanaum. São João narrou-o com riqueza e detalhes no capítulo seis do seu Evangelho. De início, Jesus realizou o milagre da multiplicação dos pães às margens do Mar da Galiléia.A multiplicação dos pães narrada por João (6,1-15), revela o poder de Jesus sobre o pão. Pouco antes da Páscoa, Jesus realiza esse milagre, prefigurando a Páscoa cristã e o mistério da Santíssima Eucaristia. O milagre, além de ser uma manifestação da misericórdia de Jesus para com os necessitados, é figura da Eucaristia, da qual o Senhor falará pouco depois.Jesus mostrou ao povo que era Deus, pois só Deus é capaz de tirar algo do nada. Mostrou que tinha o poder absoluto sobre o pão. Esse surgia e se multiplicava, pelo poder de Sua Palavra.O milagre denota o poder divino de Jesus sobre a matéria, e a generosidade com que o realiza, evoca a abundância dos bens messiânicos que os profetas tinham predito.No milagre das Bodas de Caná, em que Jesus, transformou seiscentos litros de água, em vinho da melhor qualidade, os Santos Padres viram no vinho de qualidade, reservado para o fim das bodas, e na abundância, uma figura do coroamento da História da Salvação. Também viram neste vinho bom do fim das bodas o prêmio e a alegria da vida eterna, que Deus concede àqueles que, querendo seguir Jesus Cristo, sofreram as amarguras e contrariedades desta vida.

CIC § 1336O primeiro anúncio da Eucaristia dividiu os discípulos, assim como o anúncio da paixão os escandalizou: “Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la?” (Jo 6,60). A Eucaristia e a cruz são pedras de tropeço. É o mesmo mistério, e ele não cessa de ser ocasião de divisão. “Vós também quereis ir embora?” (Jo 6,67). Esta pergunta do Senhor ressoa através dos séculos como convite de seu amor a descobrir que só Ele tem “as palavras da vida eterna” (Jo 6,68) e que acolher na fé o dom de sua Eucaristia é acolher a Ele mesmo."Ao entrar na sinagoga de Cafarnaum Jesus faz o primeiro anúncio da Eucaristia. Anuncia o milagre da Eucaristia: o pão se transformaria no Seu Corpo, para nosso alimento espiritual.É impressionante a pedagogia que Jesus usou com os discípulos, como soube prepará-los na véspera com os milagres da multiplicação dos pães e andando sobre as águas, para que eles pudessem aceitar o milagre da Eucaristia que Ele iria anunciar no dia seguinte.Na sinagoga Jesus começou o anúncio dizendo ao povo: "Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará" (Jo 6,27). E continuou: "Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo" (Jo 6,33). E quando o povo lhe suplicou: "Senhor, dá-nos sempre deste pão!" (Jo 6,34), Jesus lhes disse: "Eu sou o pão da vida. Quem vem a Mim não terá mais fome, e quem crê em Mim nunca mais terá sede" (Jo 6,35). E repetia insistentemente: "Eu sou o pão da vida" (Jo 6,48); "Eu sou o pão que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente.E o pão, que Eu hei de dar, é a Minha Carne para a salvação do mundo" (Jo 6,51).O mais interessante no longo anúncio que Jesus fez sobre a Eucaristia, é a insistência a respeito da sua necessidade absoluta para nós. "Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,53-54).Jesus é a vida; quem O recebe na Eucaristia tem a garantia da vida eterna. Em seguida Jesus afirmou: "Aquele que de Mim se alimenta viverá por meio de Mim" (Jo 6,57). Esse "viverá por meio de Mim" deixa claro que Ele mesmo será nossa vida e a nossa força na caminhada terrena. Quem comunga vive por Ele, com a Sua força, luz, paz, sabedoria, pensamentos, etc. E Jesus quer enfatizar também a força da Sua presença na vida de quem O recebe na Eucaristia: "Quem se alimenta com a Minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em Mim e Eu nele" (Jo 6,56). Vivemos, assim, em perfeita comunhão e intimidade com Ele?Foi difícil para os discípulos entenderem o que Jesus dizia. A multidão começou até a se dispersar. Então Jesus pôs em cheque a fé dos Seus discípulos: "Vós também quereis ir embora?" (Jo 6,67). Ao que Pedro respondeu: "A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras da vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus" (Jo 6,68-69). Prezado ouvinte, você acha que Pedro tinha entendido tudo o que Jesus tinha anunciado? Certamente não! Pedro venceu pela fé. Mesmo sem entender tudo aquilo que Jesus acabava de dizer, no entanto, aceitou o que o Senhor tinha dito, já que Ele tinha provado ser o Santo de Deus.Também de mim e de você Jesus exige fé com relação à Eucaristia. O milagre da transubstanciação supera em muito a nossa inteligência e exige que creiamos porque Jesus nos revelou.Não há lugar mais fácil e propício para nos encontrarmos com Deus do que na Eucaristia. A iniciativa de vir até mim e você para sanar nossa fome e sede espiritual é dEle. Jesus vem para nos trazer vida, e vida que não acaba." (Cf. o Livro: Em Busca da Perfeição, Eu sou o pão da vida, pág. 104 e 105, Felipe R. Q. Aquino, ).