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Liturgia de 14 de abril de 2020

TERÇA FEIRA - OITAVA DA PÁSCOA

(Branco, glória pref. da Páscoa I, ofício próprio)

Antífona da entrada

 

- Deu-lhes a água da sabedoria, tornou-se a sua força, e não vacilaram; vai exaltá-los para sempre, aleluia (Eclo 15,3).

Oração do dia

 

- Ó Deus, que nos concedestes a salvação pascal, acompanhai o vosso povo com vossos dons celestes, para que, tendo conseguido a verdadeira liberdade, possa um dia alegrar-se no céu, como exulta agora na terra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 2,36-41

 

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: No dia de Pentecostes, Pedro disse aos judeus: 36“Que todo povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes”. 37Quando ouviram isso, eles ficaram com o coração aflito, e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, que devemos fazer?” 38Pedro respondeu: “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo. 39Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si”. 40Com muitas outras palavras, Pedro lhes dava testemunho, e os exortava, dizendo: “Salvai-vos dessa gente corrompida!” 41Os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o batismo. Naquele dia, mais ou menos três mil pessoas se uniram a eles.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 33,4-5.18-19.20.22 (R: 5b)

 

- Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.

R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.


- Reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.

R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.


- Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.

R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.


- No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!

R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!

(Sl 117,24)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 20,11-18

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.  13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu:” Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”. 16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

Não sei onde o puseram... (Jo 20,11-18)

No túmulo vazio de Jesus, Maria chora porque não encontrou o cadáver de seu Amado. Diante da inquirição dos anjos, ela manifesta sua decepção: “Não sei onde o puseram...”

Os dois discípulos já se retiraram, mas Maria Madalena permanece em pranto junto ao sepulcro, devastada pela ausência daquele que ela buscava. Como observa Hébert Roux, “já não é a informação impessoal que ela levara aos outros, é o grito de uma ternura humana muito pura, mas bem feminina, que o pensamento da ressurreição não fora suficiente para serenar: se, ressuscitado, Jesus devia permanecer separado, ela veria os próprios anjos apenas como ladrões”.

Sem dúvida, é como resposta a esse profundo sentimento de ausência que Jesus acaba por se manifestar a Madalena, pois não se deve deixar esperando um coração que ama. E quando o nome dela – Maria! – é pronunciado com aquela entonação que apenas Jesus era capaz de pronunciar, uma onda de júbilo irrompe em seu coração e desfaz toda a angústia. Maria se deixa inundar por essa presença, a mesma presença que ela, agora, pode transmitir aos discípulos enlutados.

Mas é de outra coisa que devo falar. A experiência inicial de Maria Madalena é a mesma que se experimenta hoje em vários setores da sociedade e da Igreja. Também ali cabe a frase de Maria: “Não sabemos onde o puseram...” Nas ruas e nas praças, mas também nos púlpitos e nos conventos, um grande número de pessoas vive, age e fala como se tivessem perdido a Jesus como seu referencial.

Isto explica, por exemplo, que tantos sermões e homilias tenham como núcleo os problemas estruturais da vida econômica, os fracassos da política, questões ambientais e sociais, sem que a pessoa de Jesus Cristo seja apresentada como a única Luz capaz de dissipar tantas trevas.

Claro, ninguém dá o que não tem... Sem uma experiência pessoal do Ressuscitado, sem um encontro como aquele que Madalena experimentou, nós ainda teremos os olhos fixos nos túmulos de uma época moribunda, sem o entusiasmo daquela que é portadora da visão e das palavras do Senhor.

Onde pusemos Jesus? Ele se faz presente em nossos lares? Ele visita nossos escritórios e oficinas? Ele aparece nos cânticos de nossas crianças? Ele ilumina nossos sonhos?

Onde será que escondemos Jesus Cristo?

Orai sem cessar: “Volta-te, Senhor, até quando?” (Sl 90,13)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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