Liturgia de 07 de maio de 2024

TERÇA FEIRA DA VI SEMANA DA PÁSCOA
(branco - ofício do dia)

 

Antífona

- Alegremo-nos e exultemos, demos glória a Deus. O Senhor, nosso Deus o Todo-poderoso passou a reinar, aleluia! (Ap 19,7.6)

 

Coleta

- Deus todo-poderoso e Pai de misericórdia, fazei-nos participar verdadeiramente da ressurreição de Cristo vosso Filho. Ele, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: At 16,22-34

- Leitura dos Atos dos Apóstolos - Naqueles dias, 22a multidão dos filipenses levantou-se contra Paulo e Silas; e os magistrados, depois de lhes rasgarem as vestes, mandaram açoitar os dois com varas. 23Depois de açoitá-los bastante, lançaram-nos na prisão, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. 24Ao receber essa ordem, o carcereiro levou-os para o fundo da prisão e prendeu os pés deles no tronco. 25À meia-noite, Paulo e Silas estavam rezando e cantando hinos a Deus. Os outros prisioneiros os escutavam. 26De repente, houve um terremoto tão violento que sacudiu os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e as correntes de todos se soltaram. 27O carcereiro acordou e viu as portas da prisão abertas. Pensando que os prisioneiros tivessem fugido, puxou da espada e estava para suicidar-se. 28Mas Paulo gritou com voz forte: “Não te faças mal algum! Nós estamos todos aqui”. 29Então o carcereiro pediu tochas, correu para dentro e, tremendo, caiu aos pés de Paulo e Silas. 30Conduzindo-os para fora, perguntou: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?” 31Paulo e Silas responderam: “Crê no Senhor Jesus, e sereis salvos tu e todos os de tua família”. 32Então Paulo e Silas anunciaram a Palavra do Senhor ao carcereiro e a todos os de sua família. 33Na mesma hora da noite, o carcereiro levou-os consigo para lavar as feridas causadas pelos açoites. E, imediatamente, foi batizado junto com todos os seus familiares. 34Depois fez Paulo e Silas subirem até sua casa, preparou-lhes um jantar e alegrou-se com todos os seus familiares por ter acreditado em Deus.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 138,1-2a.2bc-3.7c-8 (R: 7c)

 

- Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.
R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.


- Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me.

R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.


- Eu agradeço vosso amor, vossa bondade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma.

R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.


- Estendereis o vosso braço em meu auxílio e havereis de me salvar com vossa destra. Completai em mim a obra começada; ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Eu vos peço: não deixeis inacabada esta obra que fizeram vossas mãos!

R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu hei de enviar-vos o Espírito da verdade; ele vos conduzirá a toda a verdade (Jo 16,7.13).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,5-11

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

- Glória a vós, Senhor!


- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5“Agora, parto para Aquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: ‘Para onde vais?’ 6Mas, porque vos disse isto, a tristeza encheu os vossos corações. 7No entanto, eu vos digo a verdade: É bom para vós que eu parta; se eu não for, não virá até vós o Defensor; mas, se eu me for, eu vo-lo mandarei. 8E quando vier, ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o julgamento: 9o pecado, porque não acreditaram em mim; 10a justiça, porque vou para o Pai, de modo que não mais me vereis; 11e o julgamento, porque o chefe deste mundo já está condenado”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Ele arguirá o mundo... (Jo 16,5-11)

Ainda no contexto de sua despedida, Jesus fala sobre a vinda do Espírito Santo com uma função especial: ARGUIR O MUNDO. E esta “arguição” terá como objeto “o pecado, a justiça e o juízo”.

 

Esta é uma daquelas passagens que recebem variadas traduções Eu escolhi o verbo utilizado por São Jerônimo na Vulgata: “arguet” – “arguirá”. Mas existe grande oscilação entre uma tradução e outra: convencer o mundo... acusar o mundo... confundir o mundo... esclarecer o mundo... estabelecer a culpabilidade do mundo... Em suma, parece que o texto grego – kaì eltòn ekeînos elégksei tòn kósmon - oferece realmente certa dificuldade.

 

Mas um ponto não oferece dúvida: estamos diante de um “julgamento”, pois o verbo elégkso tem um sentido básico de convencer, refutar, repreender, envergonhar. E se há o julgamento, deve haver um crime em questão. Qual será este crime? Sem dúvida, a falta de fé!

 

Na Encíclica “Dominum et Vivificantem” (maio de 1986), o Papa João Paulo II escrevia: “Quando Jesus, durante o discurso de despedida no Cenáculo, anuncia a vinda do Espírito Santo ‘à custa’ da própria partida e promete: ‘Quando eu for, vo-lo enviarei’, precisamente nesse contexto, acrescenta: ‘E Ele, quando vier, convencerá o mundo quanto ao pecado, quanto à justiça e quanto ao juízo’. O mesmo Consolador e Espírito da verdade — que fora prometido como Aquele que ensinará e recordará, como Aquele que dará testemunho e como Aquele que guiará para toda a verdade — é anunciado agora, com as palavras citadas, como Aquele que ‘convencerá o mundo quanto ao pecado, quanto à justiça e quanto ao juízo’.

 

O pecado, nesta passagem, significa a incredulidade que Jesus encontrou no meio dos seus, a começar pelos próprios conterrâneos de Nazaré. Significa a rejeição da sua missão, que levará os homens a condená-lo à morte. [...] No contexto do pecado e da justiça assim entendidos, «o juízo» significa, por sua vez, que o Espírito da verdade demonstrará a culpa do mundo na condenação de Jesus à morte de Cruz.

 

No entanto, Cristo não veio ao mundo só para julgar e condenar: Ele veio para o salvar. O convencer quanto ao pecado e quanto à justiça tem como finalidade a salvação do mundo, a salvação dos homens. É esta verdade, precisamente, que parece ser acentuada pela afirmação de que «o juízo» afeta somente o «príncipe deste mundo», isto é, Satanás, aquele que, desde o princípio explora a obra da criação contra a salvação, contra a aliança e a união do homem com Deus: ele já está julgado desde o princípio. Se o Espírito Consolador deve convencer o mundo, exatamente quanto ao juízo, é para continuar nele a obra salvífica de Cristo.”

 

Orai sem cessar: “Defende-me, Senhor, segundo a tua justiça!” (Sl 35,24)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.