Liturgia de 28 de abril de 2024

TERÇA FEIRA DA V SEMANA DA PÁSCOA

(branco – oficio do dia)

 

Antífona

- Louvai o nosso Deus, todos os seus servos e todos os que o temeis, pequenos e grandes; pois chegou a salvação, o poder, o Reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, aleluia! (Ap 19,5; 12,10).

 

Coleta

- Ó Deus, que, pela ressurreição de Cristo, vós nos renovais para a vida eterna; dai ao vosso povo constância na fé e na esperança, para que jamais duvide do cumprimento das promessas que fizestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: At 14,19-28

- Leitura dos Atos dos apóstolos - Naqueles dias, 19de Antioquia e Icônio chegaram judeus que convenceram as multidões. Então apedrejaram Paulo e arrastaram-no para fora da cidade, pensando que ele estivesse morto. 20Mas, enquanto os discípulos o rodeavam, Paulo levantou-se e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu para Derbe com Barnabé. 21Depois de terem pregado o Evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia. 22Encorajando os discípulos, eles os exortavam a permanecer firmes na fé, dizendo-lhes: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. 23Os apóstolos designaram presbíteros para cada Comunidade. Com orações e jejuns, eles os confiavam ao Senhor, em quem haviam acreditado. 24Em seguida, atravessando a Pisídia, chegaram à Panfília. 25Anunciaram a palavra em Perge, e depois desceram para Atália. 26Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado. 27Chegando ali, reuniram a Comunidade. Contaram-lhe tudo o que Deus fizera por meio deles e como havia aberto a porta da fé para os pagãos. 28E passaram então algum tempo com os discípulos.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 145,10-11.12-13ab.21 (R: 12a)

 

- Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.
R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.


- Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!

R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.


- Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração.

R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.


- Que a minha boca cante a glória do Senhor e que bendiga todo ser seu nome santo desde agora, para sempre e pelos séculos.

R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos para entrar em sua glória, aleluia (Lc 24,46.26).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 14,27-31a


 - O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.
30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

A minha paz... (Jo 14,27-31a)

Eis uma palavra sagrada: a PAZ. Ela se tornou uma saudação cristã: “Paz de Cristo!” Francisco de Assis adotou-a como lema: “Pax et bonum!” Paz e bem! No Sermão da Montanha, Jesus declarou solenemente: “Bem-aventurados os pacificadores!” No texto grego: eirenopoioí – que Chouraqui traduz como “fazedores da paz”.

 

Natural, sempre se manifestam os críticos de todo tipo (ateus, agnósticos, desesperados, niilistas, existencialistas, cínicos e muitos outros...) para questionar: - “Que paz é essa, que não se vê em lugar nenhum?” Teria, pois, fracassado a promessa de Jesus?

 

A Igreja não sofre de miopia. Ela vê os estragos do ódio e da guerra. Por isso mesmo ela fala: “A paz na terra, anseio profundo de todos os homens de todos os tempos, não se pode estabelecer nem consolidar senão no pleno respeito da ordem instituída por Deus. O progresso da ciência e as invenções da técnica evidenciam que reina uma ordem maravilhosa nos seres vivos e nas forças da natureza. Testemunham, outrossim, a dignidade do homem capaz de desvendar essa ordem e de produzir os meios adequados para dominar essas forças, canalizando-as em seu proveito.

 

Contrasta clamorosamente com essa perfeita ordem universal a desordem que reina entre indivíduos e povos, como se as suas mútuas relações não pudessem ser reguladas senão pela força.” (João XXIII, Encíclica Pax in Terris, 1,2.4)

 

Ora, de que paz estaria falando Jesus Cristo? O exegeta Louis Bouyer comenta: “A consolação de Cristo para os seus está por inteiro nesta promessa de paz. Não se trata de nenhuma paz deste mundo, como a Pax romana, da qual os israelitas sabiam muito bem como ela podia incluir rigores e dores; trata-se da paz que somente Cristo pode dar, porque ela é o efeito daquele amor único que só ele possui e transmite, e que se revela mais forte do que a morte”.

 

É isto que o mundo (com seus críticos) não entende: A “Paz de Cristo” está imune à perseguição e à guerra. Acabo de traduzir um pequeno livro sobre os sofrimentos e torturas que os tiranos (Roma e Coreia) infligiram aos mártires cristãos. Eles não perdiam a paz e a alegria diante de seus ossos quebrados, moídos na roda, assados nas grelhas, esfolados da cabeça aos pés.

 

E talvez seja mesmo demais pedir ao mundo sem Deus que entenda a alegria dos mártires. No fundo, é uma questão de amor...

 

Orai sem cessar: “Reine a paz dentro de teus muros!” (Sl 122,7)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.