O fiel só pode repetir humildemente e com fé ardente a palavra do Centurião [Cf. Mt 8,8] : “Domine, non sum dignus ut mires sub tectum meum sed tantum dic verbo et sanabitur anima mea - Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo [MR, Ritus Communiones, 133, Tipografia Poliglota Vaticana, 1970, p. 474] ”. E na divina liturgia de São João Crisóstomo os fiéis oram no mesmo espírito:
Da vossa ceia mística fazei-me participar hoje, ó Filho de Deus. Pois não revelarei o Mistério aos vossos inimigos, nem vos darei o beijo de Judas. Mas, como o ladrão, clamo a vós: Lembrai-vos de mim, Senhor, no vosso reino [Liturgia bizantina, Liturgies Eastern and Western, Oxford, 1896, p. 394 (PG 63,920)] .
"Após a oração silenciosa, o celebrante apresenta aos fiéis o pão eucarístico com palavras de convite aos que estejam preparados: 'Felizes os convidados...' (eco a Ap 19,9) e 'Eis o Cordeiro de Deus...' (eco a Jo 1,29.36); os fiéis respondem com as palavras do centurião romano: 'Senhor, eu não sou digno...' (Mt 8,8)." (Cf. Curso sobre Liturgia por correspondência, Escola Matter Ecclesiae, Dom Estévão Bettencourt, pág. 95).
Por isso a nossa alma deve ser também pura para receber a Comunhão. É preciso ao menos dizer com profundidade: "Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis na minha morada...". Isto agrada ao Senhor e o atrai a nós. É preciso acolher Jesus com a humuildade de Maria e dizer-lhe: "Faça-se em mim segundo a sua vontade". Então, o que ocorreu em Maria, ocorrerá em nossa alma; a Eucaristia torna-se em nossa alma a extensão da Encarnação do Verbo.