O Sacrifício Eucarístico é também oferecido pelos fiéis defuntos “que morreram em Cristo (CIC § 1371)

O Sacrifício Eucarístico é também oferecido pelos fiéis defuntos “que morreram em Cristo e não estão ainda plenamente purificados [Conc, de Trento: DS 1743] ”, para que possam entrar na luz e na paz de Cristo:

Enterrai este corpo onde quer que seja! Não tenhais nenhuma preocupação por ele! Tudo o que vos peço é que vos lembreis de mim no altar do Senhor onde quer que estejais [Sta. Mônica, antes de sua morte, a Sto. Agostinho e ao irmão dele; Conf. 9,11,27] .

Em seguida, oramos [na anáfora] pelos santos padres e Bispos que faleceram, e em geral por todos os que adormeceram antes de nós acreditando que haverá muito grande benefício para as almas, em favor das quais a súplica é oferecida, enquanto se encontra presente a santa e tão temível vítima. (...) Ao apresentarmos a Deus nossas súplicas pelos que adormeceram, ainda que fossem pecadores, nós (...) apresentamos o Cristo imolado por nossos pecados, tornando propício, para eles e para nós, o Deus amigo dos homens [S. Cirilo de Jerusalém, Catech. Myst., 5,9.10: PG 33,1116B-1117A.].

"Alguns irmãos separados objetam  contra o fato de que a Missa é celebrada em sufrágio pelos mortos. Seria possível salvar um pecador após a morte? Respondemos que: cada celebração eucarística obtém para os fiéis vivos na terra as graças necessárias à sua salvação; além disto, o sacrifício de Cristo pode ser oferecido em sufrágio pelas almas do purgatório.

Sufrágio quer dizr 'prece, voto'. A Igreja pode oferecer preces em favor dos defuntos, mas não pode exercer atos de jurisdição (como o de absolver pecados) em prol dos que passaram à outra vida.

Tais preces não significam que um pecador se converta a Cristo na vida póstuma. O seu significado é outro. Pode acontecer que um cristão morra com o seu amor voltado para Deus, mas ainda contraditado por resquício do pecado (atos de impaciência, preguiça, maledicência, etc...); estes resquícios não implicam revolta contra Deus, mas constituem em obstáculos para que alguém possa ver a Deus face à face. Em consequência, o Senhor Deus concede benignamente a esse discípulo a ocasião de se libertar dos resquícios do pecado após a morte; tal acasião se chama  purgatório, que nada tem a ver com chamas, mas é o estado em que o amor a Deus, fraco e incoerente outrora na terra, se vai robustecendo, de modo a extinguir todo apego ao pecado que tenha ficado na alma após a morte do indivíduo.

Ora os sufrágios em favor dos defuntos consistem em pedir a Deus que o amor realize a sua obra com intensidade, vencendo a resistência que a natureza possa oferecer ao amor de Deus. Tal maneira de sufragar não atenta contra a obra salvífica de Cristo, mas ainda é fruto dessa mesma obra." (Cf. Curso sobre os Sacramentos por correspondência, Escola Mater Ecclesiae, pág. 98, Dom Estévão Bettencourt).

Portanto, em toda santa Missa podemos diminuir a pena temporal, devida aos nossos pecados, a serem pagas no purgatório. Participando com devoção da Santa Missa, prestamos a maior das honras à santa humanidade de Jesus Cristo, e Ele se compadece de muitas das nossas negligências e omissões.

O sacrifício da missa em sufrágio dos defuntos é oferecido para que Deus lhes perdoe os pecados, concedendo-lhes a paz beatificante.

É por isso que, ainda hoje, em todas as Orações Eucarísticas, temos o "memento dos mortos"; em que a Santa Missa é oferecida pelo seu sufrágio. A Igreja ensina que no memento dos mortos se comemoram "todos os que, dentre nós, adormeceram nos anos passados. Acreditamos que será de grande utilidade para as almas, por quem a súplica é feita, no momento em que se realiza o Santo sacrifício" (Mons. Teixeira Penido).

O amigo(a) ouvinte se lembra de rezar durante a Santa Missa pelos seus entes queridos já falecidos?

Não nos apressemos em "canonizar"  os nossos mortos. A Igreja suplica sem cessar pelos seus filhos que já se foram.