Na comunhão, precedida pela oração do Senhor e pela fração do pão (CIC § 1355)

Os fiéis recebem “o pão do céu” e “o cálice da salvação”, o Corpo e o Sangue de Cristo, que se entregou “para a vida do mundo” (Jo 6,51):

Porque este pão e este vinho foram, segundo a antiga expressão, “eucaristizados [Cf. S. Justino, Apol. 1,65: CA 1,180 (PG 6,428)] ”, “chamamos este alimento de Eucaristia, e a ninguém é permitido participar na Eucaristia senão àquele que admitindo como verdadeiros os nossos ensinamentos e tendo sido purificado pelo Batismo para a remissão dos pecados e para o novo nascimento, levar uma vida como Cristo ensinou [S. Justino, Apol., 1,66: CA 1,180 (PG 6,428)] ”.

"A terceira parte da Liturgia Eucarística (após a apresentação das oferendas e a consagração) traz o título 'Rito da Comunhão'. Seria de esperar que, após a grande bênção da mesa que é a Oração Eucarística, houvesse logo a refeição ou a distribuição da S. Comunhão. Todavia não é assim. A Tradição quis preparar a comunhão eucarística com ritos e orações especiais, que dispõem os fiéis a mais consciente participação no Banquete Sagrado. Constam do Pai Nosso, da fração do pão, do rito e das orações da paz e de preces imediatas.

O Pai-Nosso, oração ensinada pelo próprio Jesus (cf. Mt 6,9-13; Lc 11,2-4), sempre foi tida como oportuna preparação para a comunhão eucarística, principalmente por causa do pedido: 'O pão nosso de cada dia nos dai hoje'.
A segunda parte do Pai Nosso começa referindo-se ao pão, pão da mesa e pão eucarístico; pede o perdão das ofensas numa atitude penitencial anterior à comunhão.
'Não nos deixeis cair em tentação' pode lembrar a necessidade da fidelidade após a Eucaristia; 'mas livrai-nos do mal' é súplica geral, que pede os frutos da Eucaristia. Assim o Pai Nosso é ponte entre a Anáfora e a Ceia do Senhor." (Cf. Escola Mater Ecclesiae, Curso de Liturgia por Correspondência, pág. 93, Dom Estévão Bettencourt).

Não basta o desejo ardente de receber o Senhor para habilitar o cristão à receber a Eucaristia.
O Catecismo no parágrafo em questão nos ensina que: "a ninguém é permitido participar da Eucaristia, senão àquele que, admitindo como verdadeiros os nossos ensinamentos e tendo sido purificado pelo batismo para a remissão dos pecados e a regeneração, levar uma vida como Cristo ensinou." (CIC 1355). Por que isto ocorre? Por que nem todos podem comungar?

Isto ocorre porque o Santíssimo Sacramento não é um mero símbolo, e a comunhão não é um mero ritual de partilha. O Santíssimo Sacramento é Nosso Senhor Jesus Cristo, realmente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade.

Para que isto ocorra, porém, como foi lido na citação de São Justino, é necessário que "examinemos a nós mesmos", para vermos se "levamos uma vida como Cristo ensinou", se "discernimos o Corpo". Quem nos ensina a levar uma vida como Cristo ensinou é a Igreja. Se nos separamos da Igreja, se não "admitimos como verdadeiros os ensinamentos" da Igreja, não poderemos comungar. Afinal, comungar é participar na Santidade de Cristo, na Santidade do Corpo de Cristo, que é a Igreja.

Para recebermos o Santíssimo Sacramento, devemos aceitar tudo o que a Igreja ensina (por exemplo, devemos aceitar que o casamento só acaba com a morte de um dos cônjuges; devemos aceitar que fora da Igreja não há Salvação; devemos estar em estado de graça; estar sem pecado mortal, etc.).
Não esqueça-se prezado ouvinte, que a Comunhão Eucarística supõe a comunhão com a Igreja.