Desde os inícios, os cristãos levam, com o pão e o vinho para a Eucaristia, seus dons para repartir com os que estão em necessidade. Este costume da coleta [Cf. 1Cor 16,1] , sempre atual, inspira-se no exemplo de Cristo que se fez pobre para nos enriquecer [Cf. 2Cor 8,9] :
Os que possuem bens em abundância e o desejam, dão livremente o que lhes parece bem, e o que se recolhe é entregue àquele que preside. Este socorre os órfãos e viúvas e os que, por motivo de doença ou qualquer outra razão, se encontram em necessidade, assim como os encarcerados e os imigrantes; numa palavra, ele socorre todos os necessitados [S. Justino, Apol., 1,67: CA 1,186-188 (PG 6,429] .
"Além do pão e do vinho a serem consagrados, os fiéis levavam ao altar dádivas naturais (cera, óleo, frutas, leite, mel, etc.), que serviam ao sustento da igreja e dos pobres da comunidade. Essas dádivas naturais deviam exprimir o desejo, dos fiéis, de participar, com fé e amor, do sacrifício de Cristo." (Cf. Escola Mater Ecclesiae, Curso de Liturgia por Correspondência, pág. 89, Dom Estévão Bettencourt).
"Desde os primeiros cristãos, há recomendações em ajudar economicamente os irmãos mais pobres (cf. 2Cor 8,1-6; 9,1-5; Rm 15,27). E tem sido uma prática constantemente vivida, e frequentemente recordada, a obrigação que os cristãos têm em ajudar a Igreja nas suas necessidades e de socorrer os mais necessitados: 'A ação caritativa pode e deve abranger hoje todos os homens e todas as necessidades, ensina o Concílio Vaticano II. Onde quer que haja homens carentes de alimento, vestuário, habitação, medicamentos, trabalho, instrução, meios necessários para levar uma vida verdadeiramente humana, ou afligidos pela desgraça ou pela falta de saúde, ou sofrendo o desterro ou a prisão, aí os deve buscar e encontrar a caridade cristã, consolá-los com cuidado diligente e ajudá-los com a prestação de auxílios. Esta obrigação impõe-se antes de mais aos homens e aos povos que vivem na prosperidade' (Apostolicam actuositatem nº 8)" (Cf. Bíblia de Navarra II, Primeira carta aos coríntios, pág.944 e 945).