O santoral no ano litúrgico (CIC § 1172 a 1173)

Partindo do tríduo pascal, como de sua fonte de luz, o tempo novo da Ressurreição enche todo o ano litúrgico com sua claridade. Aproximando-se progressivamente de ambas as vertentes desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia. É realmente “ano de graça do Senhor [Cf. Lc 4,19] ”. A economia da salvação está em ação na moldura do tempo, mas desde a sua realização na Páscoa de Jesus e a efusão do Espírito Santo o fim da história é antecipado, “em antegozo”, e o Reino de Deus penetra nosso tempo.

“Ao celebrar o ciclo anual dos mistérios de Cristo, a santa Igreja venera com particular amor a bem-aventurada mãe de Deus, Maria, que por um vínculo indissolúvel está unida à obra salvífica de seu Filho; em Maria a Igreja admira e exalta o mais excelente fruto da redenção e a contempla com alegria como puríssima imagem do que ela própria anseia e espera ser em sua totalidade [SC 113] .”

"Como celebração também, ao longo do Ano Litúrgico, a Igreja faz a memória dos santos, principalmente as da Santíssima Virgem, a qual, por um vínculo indissolúvel, sempre se encontra unida à obra salvífica de seu Filho. Em Maria podemos contemplar e exaltar o mais excelente fruto da redenção, e a Igreja se vê nela plenamente realizada." (SC 103).

O mistério de Cristo é também o indissolúvel mistério da Igreja, seu corpo. Consequentemente, Nossa Senhora e os santos ocupam também um preciso lugar na celebração do ano litúrgico.

Em todas as orações eucarísticas, a Santíssima Virgem é lembrada com veneração, precedendo os Santos apóstolos e mártires e todos os Santos.

Celebramos também durante o ano litúrgico, diversas festas de Nossa Senhora, modelo da humanidade remida e da santidade.

CIC § 1173

Quando, no ciclo anual, a Igreja faz memória dos mártires e dos outros santos, “proclama o mistério pascal” naqueles e naquelas “que sofreram com Cristo e estão glorificados com ele, e propõe seu exemplo aos fiéis para que atraia todos ao Pai por Cristo e, por seus méritos, impetra os benefícios de Deus [SC 104; cf. SC 108 111] ”

Nas memórias de Maria, dos mártires e de todos os santos, a Igreja quer celebrar e exaltar a sublimidade do Mistério Pascal de Cristo, alegrando-se por ver, realizado nos santos, o desígnio amoroso de nosso Deus. Glorificados pelo Pai, nos méritos de Cristo e no fervor do Espírito Santo, toda a Trindade encontra neles também a sua glorificação.

"O culto dos mártires foi o primeiro a surgir ao lado da celebração da Páscoa. O fato é mais do que significativo: este culto não é senão um aspecto do mistério pascal. Se os mártires, com seus sofrimentos, testemunharam Cristo, com maior razão é Cristo que neles testemunhou o Pai."

"A Igreja nos convida a elevar o olhar ao céu, para contemplar a inumerável multidão daqueles que correspondem plenamente à graça e agora, ‘diante do trono’ de Deus (Cf. Ap 7,15), cantam eternamente a sua glória.

Eles constituem a 'cidade santa', para a qual olhamos com gosto, como a nossa meta definitiva, enquanto somos peregrinos na 'cidade terrena', afadigados pelas asperezas do caminho. Os Santos, testemunhas eloqüentes da ação sobrenatural de Deus na vida do homem, indicam-nos a meta definitiva da história, quando o Senhor 'renovar todas as coisas' (Ap 21,5) ." (João Paulo II - L'Osservatore Romano de 08-11-92).

Para refletir:

Amigo(a) ouvinte, como observamos, pelo culto dos Santos honramos a Deus, ao mesmo tempo que rendemos homenagem aos seus fiéis amigos. Celebrar a Santa Missa em honra dos Santos é apresentar a Deus o sangue de seu Filho, para adorá-Lo e agradecer-lhe infinitamente os benefícios a eles concedidos. Os Santos são para nós, por sua vida, mestres e educadores e também nossos intercessores diante do trono de Deus.

Celebramos, durante o ano litúrgico, diversas festas louvando a Deus pelas maravilhas que realizou em Maria Santíssima e pedindo sua materna intercessão. Está escrito no Evangelho: "doravante todas as gerações me chamarão bem aventurada”. Amigo ouvinte, como somos felizes de pertencer à geração daqueles que bendizem a Mãe de Deus e a ela recorrem confiantes. Aqui em nossa cidade a bendizemos como "Nossa Senhora de Nazaré"..

Roguemos a Virgem de Nazaré, rainha da Amazônia e modelo de santidade! Exultemos com a imensa multidão daqueles que lavaram as suas vestes no "sangue do Cordeiro" ( Ap 7,14) Ela que é a primeira dos que foram salvos, a toda santa, imaculada. Ajude-nos a vencer a nossa mediocridade. Ponha no nosso coração o desejo e o propósito da perfeição. Suscite na Igreja, em benefício dos homens de hoje, uma grande primavera de santidade. (Citação livre do Papa João Paulo II - L'Osservatore Romano de 07-11-93).

Diácono Antonio Carlos
Comunidade Católica Nova Aliança