O Pai é a fonte e o fim da liturgia (CIC § 1080)

Desde o começo, Deus abençoa os seres vivos, especialmente o homem e a mulher. A aliança com Noé e com todos os seres animados renova esta bênção de fecundidade, apesar do pecado do homem, por causa do qual a terra é “amaldiçoada”. Mas é a partir de Abraão que a bênção divina penetra a história dos homens, que caminhava para a morte, para fazê-la retomar à vida, à sua fonte: pela fé do “pai dos crentes” que acolhe a bênção, inaugura-se a história da salvação.

Para congregar a humanidade dispersa, Deus elegeu Abrão, chamando-o "para fora de seu país, de sua parentela e de sua casa" (Gn 12,1), para fazer de "Abraão", isto é, "o pai de uma multidão de nações" (Gn 17,5). "Em ti serão abençoadas todas as nações da terra" (Gn 12,3).

Com o seu chamamento, Abrãao é recriado. O velho passou, agora só o novo conta. Aquele que antes não tinha nome receberá um nome grande não só aos olhos dos homens, senão também aos olhos de Deus. "Eu tornarei grande o teu nome". Abrãao deve derrubar atrás de si todas as pontes, deve deixar a terra, os parentes, a casa paterna. Dali por diante, viverá só do futuro de Deus, o qual lhe promete um povo, uma terra e sobretudo a bênçao, isto é, amizade com Deus para si, para a sua descendência e, finalmente, para toda a humanidade. "E, imediatamente, deixando as redes, eles o seguiram (...). E logo os chamou. E eles, deixando o pai Zebedeu no barco com os empregados, o seguiram" (Mc 1,18.20).

Diácono Antonio Carlos
Comunidade Católica Nova Aliança