Na tradição litúrgica, tanto no Oriente como no Ocidente, constam desde a antiguidade testemunhos de unções de enfermos praticadas com óleo bento. No curso dos séculos, a Unção dos Enfermos foi cada vez mais conferida exclusivamente aos agonizantes. Por causa disso, recebeu o nome de “Extrema-Unção”. Apesar desta evolução, a liturgia jamais deixou de orar ao Senhor para que o enfermo recobre a saúde, se tal convier à sua salvação [cf. DS 1696] .
Reflexão: "A Unção dos Enfermos foi sendo considerada como uma graça preparatória para a morte. Passou a fazer parte [dos três] últimos sacramentos: Reconciliação, Comunhão Eucarística (às vezes sob a forma de Viático. Dá-se o nome de Viático à Eucaristia recebida por pessoas em estado terminal, quando as leis da Igreja são suspensas para se poder ministrar o sacramento ao moribundo). A unção foi [adiada] para os casos de doença muito grave. A Teologia desenvolveu considerações sobre a mesma como sendo o penhor de santa morte e da visão de Deus face-a-face. Todavia nos rituais medievais ainda se fazia menção do alívio corporal e da eventual restauração da saúde física que a Unção dos Enfermos podia obter de Deus." (Escola Mater Ecclesiae, Curso por correspondência sobre os sacramentos, pág. 174, Dom Estévão Bettencourt).
Durante muito tempo este sacramento foi considerado como o sacramento dos moribundos. A mudança para UE não pretende ser uma simples troca de palavras. Aliás desta mudança há um convite a entender e viver de modo novo esse sinal do amor de Deus. Por isto foi chamado "Extrema Unção ou última unção". Era considerado o prenúncio da morte, sinal de que não havia mais esperança ou era o bilhete de ingresso no céu e os familiares podiam "preparar o caixão". Esta também é a razão, porque muitos doentes ainda hoje não querem recebê-lo. E muita gente, ainda hoje, espera que o doente esteja "nas últimas" e que, se possível, já não perceba a presença do padre. Os próprios parentes do doente ainda têm a opinião, que depois de ter recebido este sacramento o doente deve morrer. Daí não quererem que o doente se impressione ou se perturbe. É bom insistir que esse sacramento é dos enfermos e não dos moribundos. Para muitos, infelizmente, ainda continua sendo "Extrema Unção".