A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará (CIC § 1510)

A Igreja apostólica conhece um rito próprio em favor dos doentes, atestado por São Tiago: “Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados, estes lhe serão perdoados” (Tg 5,14-l5). A Tradição reconheceu neste rito um dos sete sacramentos da Igreja [cf. DS 216; 1324-1325; 1695-1696; 1716-1717] .

Reflexão: O texto de São Tiago citado aqui no Catecismo, é o que mais revela a solicitude pastoral da Igreja com os enfermos (Tg 5,14-16).

São Tiago refere a respeito da assistência religiosa aos doentes, que ela não pode ser uma inovação, mas há de ser o eco de uma prática anterior.

Neste texto, o Apóstolo não afirma nenhuma novidade para seus leitores. Escreve como quem se refere a um costume então em uso. Mas para nós é um texto revelador. Mostra que já naquele primeiro século da vida cristã havia especial preocupação com os enfermos. A tradição reconheceu nesta recomendação apostólica um dos sete sacramentos da Igreja.

A Igreja, com efeito, crê e confessa que, entre os sete sacramentos instituídos por Jesus Cristo, há um especialmente destinado a reconfortar aqueles que são provados pela enfermidade. Por este sacramento da UE, a Santa Mãe Igreja recomenda ao Senhor sofredor e glorificado os fiéis gravemente doentes para que os alivie e salve.

"São Tiago fala de doentes que não podem procurar os presbíteros na Igreja, mas que chamem a estes. Isto supõe um doente portador de uma doença grave.

Os presbíteros não eram apenas 'os mais anciãos'; a palavra já tinha sentido técnico, designando os pastores da comunidade. Por conseguinte, a função que eles eram chamados a realizar, não era esporádica, mas algo de institucional; eram os presbíteros da Igreja, o que significa que agiam em nome da Igreja.

A tarefa dos presbíteros é ungir com óleo e orar em nome do Senhor. A unção parece ser conhecida aos leitores de Tiago (já é mencionada em Mc 6,7.12s). 'Orar sobre ele' insinua imposição das mãos.

A unção é praticada em nome do Senhor. Isto significa que não tem eficácia própria, mas a recebe de Cristo. Nada de mágico, portanto, ocorre no rito.

A unção assim praticada não se compara a nenhuma daquelas que o Antigo Testamento já conhecia para significar alegria, consagração, cura... Com efeito; a unção em Tg 5, pode não só aliviar o paciente, mas perdoar-lhe os pecados." (Escola Mater Ecclesiae, Curso por correspondência sobre os sacramentos, pág. 172, Dom Estévão Bettencourt).

 Para refletir:  O amigo ouvinte tem vontade de participar da pastoral da saúde ou dos enfermos, visitando os enfermos e levando sua colaboração fraterna nessa hora particularmente difícil da vida?

Mesmo que não possa participar diariamente, será de grande utilidade conhecer as pessoas que nela atuam para encaminhar os idosos e doentes que chegarem ao seu conhecimento.

Cristo é o nosso divino médico, como nos tempos de Sua vida na Palestina, hoje Seu olhar não se detém apenas na saúde do corpo: tem em vista também a cura da alma, a salvação espiritual.

Saibamos, portanto pedir a cura e trabalhar por ela, mas, sobretudo não nos esqueçamos de trabalhar pela cura espiritual de nossos doentes através dos Sacramentos. Não esqueçamos nossos irmãos que estão enfermos em casa ou nos hospitais.